Um ano após o anúncio, programa Voa Brasil ainda não decolou. Saiba por quê

 

O primeiro anúncio do programa Voa Brasil, do Ministério de Portos e Aeroportos, completou um ano no meio da semana, mas ainda não há certeza de quando a iniciativa decolará. O programa, que prevê venda de passagens a R$ 200 em períodos de baixa temporada, sofreu com a mudança de comando na pasta e com sucessivas remarcações de datas. Além disso, a crise das empresas aéreas é um novo fator que pode atrasar ainda mais a implantação do projeto.

Segundo a pasta, o programa deve contemplar bolsistas do ProUni, pensionistas, aposentados e servidores públicos que não viajaram nos últimos 12 meses, o que seria comprovado por consulta do CPF. A ideia é estimular aqueles que não voam por meio de preços mais acessíveis, o que, por sua vez, fomentaria o setor em meses considerados de baixa temporada: de março a maio e de agosto a novembro.

Percalços na decolagem do Voa Brasil:

O principal objetivo é “estimular viagens aéreas”, com a expectativa de que cerca de 5 milhões de pessoas que deixam de viajar passem a voar com auxílio dos descontos oferecidos pela iniciativa. O limite para os beneficiários será de quatro passagens por ano, sendo cada bilhete referente a um trecho. A meta do ministério é alcançar gradualmente a marca de 1,5 milhão de passagens por mês.

O programa, no entanto, não terá investimento do governo. As passagens serão oferecidas voluntariamente pelas companhias aéreas. Empresas como Azul, Gol e Latam já declararam que vão participar do programa em períodos de ociosidade, desde que existam assentos disponíveis.

A assessoria de imprensa do Ministério de Portos e Aeroportos não se manifestou acerca de uma nova data para o lançamento.

Empresas aéreas em crise

Com pedido de recuperação judicial aberto em 25 de janeiro deste ano, a Gol é o principal exemplo da crise que acomete as companhias aéreas. Ao final de 2023, a empresa encerrou o ano com endividamento superior a R$ 20 bilhões.

Diante desse cenário, o Ministério de Portos e Aeroportos propôs um pacote de socorro às aéreas, estimado entre R$ 4 bilhões e 6 bilhões. “Essa é a demanda das aéreas. Elas acham que esses valores seriam suficientes no primeiro momento. A gente espera trabalhar para fechar o montante ao longo do mês de março”, disse o ministro Silvio Costa Filho.

Comentários