Entre 1992 e 2012, o número deles triplicou, passando de 1,1 milhão para 3,7 milhões Aos 89 anos, o militar aposentado Augusto Sonesso esbanja saúde. Vai ao clube diariamente, faz musculação, nada e joga bilhar com os amigos. Viúvo há três anos, tem filho, nora e netos, mas prefere morar sozinho. Ele faz parte de um contingente que cresce no país: o de idosos vivendo sós. Entre 1992 e 2012, o número deles triplicou, passando de 1,1 milhão para 3,7 milhões –um aumento de 215%, segundo as PNADs (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), do IBGE. No mesmo período, a população de idosos acima de 60 anos passou de 11,4 milhões para 24,8 milhões, um crescimento de 117%. Há várias hipóteses para explicar a tendência, entre elas a feminização do envelhecimento. Entre os idosos hoje morando sozinhos, 65% são mulheres. "Em geral, elas já criaram os filhos, estão viúvas ou separadas e querem manter autonomia", diz Alexandre Kalache, que já dirigiu o programa de envel