Hospital Alfredo de Almeida Ferreira não tem a mínima condição de atender a população de Alhandra





Os desmando da antiga administração da cidade de Alhandra no investimento de recursos públicos, aliado ao descaso com a manutenção de serviços essenciais de Saúde do município encontram um retrato fiel no Hospital do Município: o Alfredo de Almeida Ferreira. Localizado na principal via da cidade, logo na entrada de Alhandra, o hospital está em péssimas condições. 
Faltam equipamentos, alguns estão quebrados, outros nunca foram usados e estão obsoletos, muitas paredes estão mofadas e com infiltrações, boa parte dos banheiros quebrados, faltam profissionais, medicamentos, as instalações elétricas e hidráulicas estão comprometidas, boa parte dos móveis e equipamentos estão sucateados e o hospital ainda está interditado para internações desde maio de 2012.
  
Atualmente, por causa da proibição de internação feita pela Agência Estadual de Vigilância Sanitária - Agevisa, todos os pacientes que necessitam ser internados são encaminhados para hospitais de João Pessoa. O hospital de Alhandra só realiza curativos, pequenas suturas e partos naturais, apenas, em situações expulsivas, assim mesmo quando não há tempo de transportar a paciente para a capital.
Emergencialmente, para manter em funcionamento o mínimo de atendimento no hospital, a Secretaria de Saúde do Município contratou sete médicos, que se revezam em plantões de 12h e 24h, e duas nutricionistas, para acompanhar a realização das refeições que são servidas a pacientes e profissionais que atuam no hospital. Há ainda seis enfermeiros plantonistas, 21 técnicos de enfermagem, quatro serviços gerais, quatro vigilantes, duas lavadeiras e quatro motoristas que realizam a remoção dos pacientes em três ambulâncias da unidade. A quarta ambulância está quebrada.
Laboratório

Não é preciso muita procura para identificar a precariedade do hospital. Logo na entrada, no térreo, as duas salas de atendimento médico e todas as demais deste pavimento estão em péssimas condições de uso. Paredes mofadas, móveis enferrujados, equipamentos obsoletos. O banheiro de apoio precisou de uma intervenção urgente: a fossa estava dando retorno e o local foi entregue pela ex-administração da cidade literalmente cheio de merda, no dia 31 de dezembro. Onde deveria funcionar um laboratório, o que se encontrou foi um amontoado de equipamentos quebrados, paredes com infiltrações e mofo até o teto, além de vidros e janelas quebrados, bancadas danificadas e pias sem condição de uso. 

Sala onde deveria funcionar o Raio-X
Ainda no térreo, na sala onde deveria funcionar o aparelho de Raio-X, que a antiga gestão recebeu novo e sequer se deu ao trabalho de tirar da caixa, só havia lixo. O equipamento, que encontra-se no primeiro andar do hospital ainda na embalagem, vai passar por uma perícia técnica para ver se tem condições de uso. “É um completo descaso com a saúde pública”, desabafa a secretária de Saúde de Alhandra, Albarina Kelly, que avalia, junto com o prefeito Marcelo Rodrigues e uma equipe técnica da área, qual encaminhamento dar a tantas demandas da unidade hospitalar.
A situação do hospital é tão inusitada, que a atual administração deparou-se com dois homens de meia idade que, simplesmente, moram no hospital há mais de dois anos. Os Srs. Severino Ramos da Silva e Ariosvaldo Brasil dos Santos, habitam uma das enfermarias do hospital, no andar superior. Segundo a secretária de saúde da cidade, o fato já foi comunicado a Secretaria de Ação Social do Município que fará o encaminhamento dos dois senhores que não têm família, nem parentes na cidade e antes de virem morar no hospital, perambulavam pela cidade como mendigos, para abrigos de João Pessoa. “A cidade não dispõe, atualmente, de uma casa de acolhida, portanto vamos procurar ajuda para relocação desses dois senhores porque eles não podem continuar morando no hospital”, explica a Secretária de Ação Social de Alhandra, Nadjane Almeida.

 Segundo a diretora administrativa do Hospital, Irys Pontes, a unidade de saúde foi entregue totalmente sucateado. “Os ventiladores, ar-condicionados, estufa, leitos,  nebulizador, tudo está comprometido de alguma forma”, afirma ela, lembrado que em relação a higiene e limpeza da unidade tudo está sendo providenciado. “Desde a semana passada, vários profissionais trabalham na limpeza dos ambientes, outros na raspagem e recuperação das paredes, há ainda técnicos revisando as instalações elétricas e hidráulicas e, em breve, outras intervenções mais estruturais serão realizadas”, destaca a diretora.
            A média de atendimento do hospital, que era de cerca de 100 pessoas/dia na semana passada, diminuiu muito essa semana em função da reabertura dos oito Postos de Saúde da Família (PSFs) da cidade. “Antes, as pessoas só tinham o hospital para serem atendidas, já que dos oito PSFs, apenas três funcionavam por isso a demanda era muito grande. Com a retomada dos serviços nos postos, essa procura foi diluída”, explica a secretária de saúde da cidade. O hospital tem 16 leitos, sendo sete infantil, cinco masculino, quatro feminino e uma ala para doença infectocontagiosa que está desativada. Com a conclusão do processo licitatório, em breve, o hospital vai poder adquirir todos os medicamentos e equipamentos necessários para o pleno atendimento da população.
Gabinete Médico

Banheiro

Laboratório

Sala do teste do Pezinho

Aparelho de Raio-X
Recepção do Hospital

Gerador abandonado

Secom de Alhandra

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