Infraestrutura: Obra do Arco Viário sem data para começar. Via expressa é fundamental para o Grande Recife e uma das contrapartidas prometidas para a Fiat

Dnit agora diz que não há data para licitar a obra

Uma obra muito importante para o Grande Recife e estratégica para os polos econômicos do Estado não tem cronograma definido. O Arco Viário, também chamado de Arco Metropolitano, uma das principais contrapartidas para a vinda da Fiat para Pernambuco, já estava em licenciamento ambiental pelo Estado e tinha previsão de início de obras em setembro, quando no último dia 25, a presidente Dilma Rousseff anunciou que a União assumirá o projeto. O problema é que nesta segunda (8) o Departamento Nacional de Infraestrutura (Dnit), em nota, informou que "pretende licitar a obra, mas não há prazo estipulado para isso".

"O governo federal só licita uma obra com base em projeto executivo de engenharia, o que ainda não existe", informa o Dnit, com relação ao Arco.

O projeto é uma via expressa de 77 quilômetros orçada em R$ 1,21 bilhão. Mais do que uma nova estrada, o projeto foi concebido para tirar o tráfego de cargas pesadas do sufocado trecho urbano da BR-101. A ideia é integrar os polos de Suape, do Litoral Norte e do oeste metropolitano sem passar pelo Recife, ligando o polo automotivo da Fiat, por exemplo, diretamente ao Litoral Sul.

O Estado cogitou diversos modelos financeiros para o Arco, que teve estudos conduzidos por um consórcio da Odebrecht, Invepar e Queiroz Galvão. As conclusões defendiam uma parceria público-privada (PPP), com a rodovia feita em três trechos, em 36 meses, e a cobrança de pedágio na parte sul, entre a BR-232 e Suape. A concessão duraria 30 anos.

Diante do grande custo do projeto, em agosto passado o governador Eduardo Campos apresentou o Arco à ministra do Planejamento, Miriam Belchior, na tentativa de incluir a rodovia no programa federal de concessões. Na época, o pedido não foi atendido.

Mesmo sem a definição sobre o modelo financeiro, o Estado em fevereiro publicou a desapropriação de 868 hectares para a rodovia, uma faixa de terras que equivale a quase um bairro de Boa Viagem e meio.

Após o presidente da Fiat no Brasil, Cledorvino Belini, ter cobrado a rodovia publicamente, o Estado anunciou que até setembro iniciaria as obras.

Segundo o secretário de Governo, Milton Coelho, o Estado já tem tudo pronto para o projeto sair, incluindo estudos de tráfego e o detalhamento de obras de arte especiais, como viadutos e pontes. Basta um convênio repassar tudo.

"O Arco é uma obra fundamental para toda a região metropolitana", explica o secretário.

Não é o que informa o Dnit: "No momento, a Coordenação Geral de Estudos e Projetos do Dnit analisa o estudo prévio feito pelo governo de Pernambuco. No entanto, sem o detalhamento do projeto executivo não há como calcular extensões, valores e prazo de execução da obra definida como Arco Metropolitano de Recife".

Jc Online