Governador recebe lista tríplice de candidatos ao cargo de Ouvidor da Polícia

CEDH enviou lista tríplice para o governador que vai escolher o novo Ouvidor

O Conselho Estadual de Direitos Humanos já escolheu os nomes de Gregória Benário, Gustavo Castelo Branco e Olimpio Rocha para compor a lista tríplice já encaminhou ao governador Ricardo Coutinho para a nomeação do novo Ouvidor da Polícia que substituirá a advogada Valdenia Paulino Lanfranchi.

A escolha da lista tríplice aconteceu no dia 10 de setembro pelos integrantes do CEDH. Segundo o advogado Alexandre Guedes, membro do CEDH, os três advogados foram eleitos entre 16 candidatos e foram escolhidos para análise do governador por apresentarem melhores currículos e desenvoltura durante as entrevistas.

Na edição desta quarta-feira, 2, o Diário Oficial do Estado publicou a exoneração de Valdênia Paulino Lanfranchi do cargo de Ouvidora de Polícia da Paraíba.

Valdênia Lanfranchi deixou o cargo após o término do seu mandado com duração de dois anos, no entanto poderia disputar a recondução pelo mesmo período. O mandato dela havia acabado no último dia 27 de setembro.

A advogada decidiu deixar o cargo para se dedicar a conclusão do Doutorado em Direito Internacional em Washington, nos Estados Unidos. Valdênia recebeu homenagem da Comissão de Direitos Humanos da OAB/PB "pelos relevantes serviços prestados" no cargo.

Valdênia Paulino Lanfranchi é uma mineira forjada na luta na periferia de São Paulo, ela carrega em seu DNA a revolta, a vontade, o sonho de combater à violência, notadamente aquela que chamamos de violência institucional, aquela que tem origem dentro das instituições policiais, vitimando não apenas civis, mas policiais perseguidos por chefes intolerantes, que em nome de uma disciplina ultrapassada, teimam em perseguir policiais honestos, trabalhadores, pais de famílias dedicados, sendo alvo também do seu trabalho, a violência praticada por maus policiais quando em serviço nas ruas das grandes e pequenas cidades.

A advogada estava marcada para morrer em São Paulo, onde de forma corajosa denunciava a violência policial em Sapopemba, na periferia leste paulistana e por isto mesmo, teve que sair do Brasil por duas vezes, sendo a primeira pessoa a entrar no programa de proteção especial de ativistas, porém, no ano de 2009, o destino a trouxe à Paraíba, aonde veio em busca de paz, no entanto, este mesmo destino a tornou Ouvidora de Polícia. Durante os dois anos a frente do cargo, ouviu denúncias por prática de violência policial, inclusive agora, denuncia ao governador do Estado a má gestão do dinheiro público por parte da Polícia Militar Paraibana.

Também pedagoga e mestre em Direito Social, Valdênia Lanfranchi mesmo sendo mineira, foi criada em São Paulo. Chegou à Paraíba há cinco anos onde se adotou paraibana.

Na Paraíba atuou em diversas entidades sem fins lucrativos, como a Comissão dos Direitos Humanos na cidade de Santa Rita, entidade de Apoio às Comunidades Quilombolas. É professora universitária e atua no Conselho Estadual de Direitos Humanos.

Cardoso Filho
WSCOM Online