Padrasto diz que matou Júlia por asfixia dentro do quarto dela e depois jogou corpo em cisterna; mãe da menina foi dopada

 

O delegado Hector Azevêdo, responsável pelo caso da adolescente assassinada em João Pessoa, informou nesta terça-feira (12) que o padrasto da menina, Francisco Lopes de Albuquerque (de 34 anos), ao confessar o crime, disse que a matou ainda dentro de casa e que só depois levou o corpo para o local onde ele foi abandonado, num reservatório de água. Francisco disse ainda que a mãe da menina dormia na hora do crime e provavelmente foi dopada pelo marido.

Hector explicou que desde o início os investigadores da Polícia Civil da Paraíba viam o padrasto como sendo um dos principais suspeitos pelo crime, mas que aguardou reunir mais dados antes de pressionar o homem para que ele confessasse.

De acordo com o delegado, contradições nas falas de Francisco acabaram levantando as suspeitas. Ele explica, por exemplo, que o suspeito foi visto de madrugada saindo de casa no dia do desaparecimento da menina, identificada como Júlia. Em depoimento anterior, contudo, o homem alegava que naquele momento tinha apenas ido estacionar o seu carro, ainda que imagens de câmeras de segurança não mostrassem o carro sendo estacionado.

Nesta terça-feira (12), então, o padrasto foi novamente à Central de Polícia, sob a alegação que buscava informações sobre o crime, quando os investigadores resolveram realizar um novo depoimento. Confrontado com as contradições de suas falas, Francisco acabou confessando a autoria do crime.

A polícia suspeita que naquele momento que ele saía de casa, por volta das 3h45 da manhã, o homem já saía com o corpo de Júlia morta por asfixia para deixá-lo onde acabaria sendo encontrado.

Francisco Lopes de Albuquerque segue na Central de Polícia de João Pessoa, mas o delegado já pediu a sua prisão preventiva. No momento que ela seja aceita pela justiça, o homem deve ser transferido para algum presídio da capital paraibana.

Ao falar das motivações do crime, ele disse que a esposa estava grávida e que temia que Júlia fizesse algum mal ao bebê. Ele não explicou, contudo, porque teria chegado a essa conclusão.

A Polícia Civil informou ainda que não descobriu indícios de abuso sexual, mas que por ora não vai descartar nenhuma possibilidade. Também não é possível dizer se o crime foi premeditado, mas o delegado diz que certamente o suspeito conhecia o local onde o corpo foi deixado.

“Ainda faltam muitas diligências complementares antes de finalizarmos o caso”, explicou Hector.

Suspeito ajudou a polícia a localizar o corpo de Júlia — Foto: Silvia Torres/TV Cabo Branco

Entenda o caso

Júlia dos Anjos morava com a mãe, Josélia Araújo, e o padrasto, Francisco Lopes, no bairro de Gramame, em João Pessoa, e desapareceu na quinta-feira (7).

A mãe relatou inicialmente que a filha havia recebido mensagens de uma mulher na quarta (6), que alegou gostar do perfil dela no Instagram, e teria se oferecido para dar dicas de marketing digital para a adolescente.

A mulher desconfiava que esse poderia ter sido um dos motivos do desaparecimento da filha, hipótese que foi descartada posteriormente.

Nesta terça-feira (12), as suspeitas recaíram contra o padrasto, que após novo depoimento confessou o crime. Depois da confissão, ele ajudou os policiais a encontrar o corpo da criança, no local onde esse tinha sido abandonado.

G!

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