Erro Grave na Farmácia da Prefeitura de Goiana Leva Adolescente à UTI — e Plano de Saúde da Família Arca com Custos
Goiana (PE) – Um grave erro na rede municipal de saúde de Goiana resultou na internação de uma adolescente em estado crítico após a dispensação equivocada de um medicamento na Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF). A denúncia, publicada por este Blog na quarta-feira (24), ganhou ampla repercussão nas redes sociais e colocou em xeque os protocolos de segurança da saúde pública do município.
Segundo relatos da família, o pai da paciente buscou atendimento na farmácia pública da Prefeitura, onde recebeu um medicamento diferente do que havia sido prescrito. A administração incorreta da substância causou uma reação adversa severa na adolescente, que precisou ser internada com urgência no Hospital Memorial. A jovem permanece em estado grave.
Em nota oficial divulgada nesta quinta-feira (25), a Secretaria Municipal de Saúde de Goiana confirmou o erro e admitiu falhas nos procedimentos internos. A gestão informou que uma profissional responsável pela dispensação foi identificada e afastada de suas funções. A nota, porém, não traz assinatura do secretário de Saúde Mandarine Duarte, que também é esposo da vice-prefeita, o que chama atenção diante da gravidade do caso.
Apesar de afirmar que a paciente está recebendo “todo o suporte necessário”, a Prefeitura não custeia o tratamento. O Blog apurou que todos os custos médicos estão sendo arcados pelo plano de saúde particular do pai da adolescente – o que levanta questionamentos sobre a responsabilidade institucional da gestão diante das consequências de seus próprios erros.
A nota oficial afirma ainda que “protocolos foram reforçados” e que agora há uma exigência de dupla checagem na dispensação de medicamentos. No entanto, para familiares e moradores, as medidas anunciadas parecem tardias e paliativas frente ao risco enfrentado por qualquer cidadão que dependa exclusivamente do sistema público de saúde.
O caso expõe falhas graves na política de segurança medicamentosa da rede municipal e evidencia a falta de fiscalização, capacitação e responsabilidade na gestão de um serviço essencial. O silêncio do secretário de Saúde diante de um episódio tão delicado é interpretado como omissão – e a ausência de um pedido público de desculpas agrava ainda mais a indignação popular.
Enquanto a adolescente luta pela vida, a população questiona: quem será o próximo a pagar com a saúde — ou com a vida — por um erro que poderia ser evitado com o mínimo de rigor e responsabilidade?
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