Senador premia mentor de ‘rachadinha’ com salário de R$ 24 mil

 

VEJA

O advogado Paulo Boudens foi apontado como o operador de um esquema de ‘rachadinha’ no gabinete do senador Davi Alcolumbre (União-AP), atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça. Seis mulheres da periferia de Brasília foram contratadas como assessoras no gabinete do parlamentar, nunca trabalharam e devolviam a maior parte dos salários.

Após o escândalo, o advogado fechou um acordo de não persecução penal com a Procuradoria-Geral da República e se comprometeu a devolver o dinheiro desviado, cerca de 2 milhões de reais. Ao assumir a responsabilidade pelo crime, Boudens poupou o senador de uma investigação e de um imenso constrangimento.

Diante da confusão, era de se imaginar que o mínimo que aconteceria seria a demissão do advogado. Mas não. Ele perdeu a função de chefe de gabinete, porém continua contratado como assessor de Alcolumbre, recebendo 24 mil reais de salário mensal, num regime de trabalho diferenciado.

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VEJA ouviu dois funcionários de Alcolumbre que confirmaram que Boudens não comparece ao gabinete. “Faz mais de ano que o doutor Boudens não vem aqui. Ele fica de sobreaviso e só vem quando o senador Alcolumbre precisa dele”, disse um dos entrevistados.

O acordo firmado entre a Procuradoria-Geral da República e Paulo Boudens é sigiloso. O processo tramita no Supremo Tribunal Federal. VEJA perguntou diretamente ao procurador-Geral da República, Augusto Aras, se houve devolução do dinheiro desviado dos cofres do Senado Federal, mas ele não respondeu.

O gabinete do senador Alcolumbre enviou nota a VEJA explicando que eventuais medidas, como a punição do servidor, serão tomadas apenas depois da conclusão das investigações, respeitando o “princípio da presunção de inocência”. O processo está com o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso. Boudens não foi localizado.

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