Raquel humilha Marília e acaba ciclo de 16 anos do PSB no poder


Por Ricardo Antunes — O fim do ciclo do PSB será sucedido por uma mulher que entrou na vida pública através da própria legenda, e nela passou quase 10 anos. Raquel Lyra (PSDB) humilhou a adversária Marília Arraes (Solidariedade) nas urnas, com uma vitória acachapante de *XXX% dos votos válidos* neste domingo (30), e ditará os rumos do Palácio do Campo das Princesas a partir de 1º de janeiro.O fim do ciclo do PSB será sucedido por uma mulher que entrou na vida pública através da própria legenda, e nela passou quase 10 anos. Raquel Lyra (PSDB) humilhou a adversária Marília Arraes (Solidariedade) nas urnas, com uma vitória neste domingo (30), e ditará os rumos do Palácio do Campo das Princesas a partir de 1º de janeiro. O Datafolha já fez a projeção de vitória da candidata el como nosso Blog tinha cravado desde a última sexta-feira.

Uma vitória construída com muita determinação. Ex-prefeita de Caruaru, Raquel liderou as pesquisas na pré-campanha até a entrada de Marília no jogo, em março. Mas a tucana persistiu, manteve-se em segundo lugar em todas as sondagens. No dia do primeiro turno, sofreu um duro revés com a morte do marido, e passou 10 dias fora da campanha, que foi tocada por sua vice e braço direito, a leal e competente Priscila Krause (Cidadania). A virada nas pesquisas veio e foi confirmada nas urnas.

Raquel Lyra perdeu o marido, Fernando Lucena, no 1° turno

Raquel Teixeira Lyra Lucena fará 44 anos em dezembro, e um mês depois assumirá a chefia do Executivo de Pernambuco. A primeira mulher a governar o estado, e também a primeira política de raízes do interior a se eleger para o cargo. Advogada, ex-deputada estadual e ex-prefeita de Caruaru por dois mandatos. Manteve sua invencibilidade em eleições, obtendo a quinta vitória, sendo a terceira em uma disputa majoritária.

Entrou na vida pública em 2010, quando se elegeu deputada estadual. Seu pai, João Lyra Neto, foi reeleito governador naquele ano. Em 2014, ele assumiu o governo após a desincompatibilização de Eduardo Campos para concorrer à Presidência da República. João manteve praticamente todo o secretariado de Eduardo, mas seu grupo seria limado do PSB nos anos seguintes. Eles encontraram abrigo no PSDB em 2016, ano em que Raquel disputou e venceu a Prefeitura de Caruaru pela primeira vez, contra o ex-prefeito Tony Gel, candidato de Paulo Câmara (PSB) naquela eleição.

Reeleita em 2020, deixou o mandato em abril deste ano para se candidatar ao Governo de Pernambuco. Enfrentou alguns desencontros com seu sucessor, Rodrigo Pinheiro. Mas manteve a candidatura, a qual dizia que “não tinha marcha ré”. Contrariou prognósticos de que definharia na reta final do primeiro turno para os demais candidatos, em especial para Danilo Cabral (PSB), candidato da máquina governamental socialista, que acabaria amargando o quarto lugar.

Raquel recusou o apoio do PSB no segundo turno, o que certamente a ajudou a emplacar um discurso de que Marília representaria a continuidade de um projeto reprovado. Seu discurso assertivo superou o samba de uma nota só da adversária, ávida em tentar nacionalizar a disputa, assim como Danilo fez na primeira etapa. Nem as apelações sensacionalistas de Marília, que colocou a mãe de uma criança morta na Funase, conseguiram evitar seu vexame. A neta de Arraes agora ficará sem mandato, e perdeu o discurso de vítima de 2018, quando o PT não deixou ela ser candidata para manter o acordão com o PSB. Tudo ruiu, e o que teremos agora será o Governo Raquel Lyra, a partir de janeiro. Que tenha sorte e luz.


 

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