Pandemia agrava crise e ruas são tomadas por apelos por comida e emprego; veja como ajudar

 Pandemia agrava crise e ruas são tomadas por apelos por comida e emprego; veja como ajudar

As ruas, avenidas e cruzamentos movimentados passaram a abrigar desempregados, que pedem ajuda a motoristas e pedestres - Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem

pandemia do novo coronavírus (covid-19) agravou o desemprego em Pernambuco e, por conta da crise econômica, o número de pedintes e moradores de rua cresceu, no Recife. Atualmente, pedaços de papelão se transformam instrumentos para pedir pelo básico, e cruzamentos se tornam locais de súplica e socorro.

Com o agravamento da crise, os pontos movimentados das grandes vias se tornaram ainda mais disputados por moradores de rua ou simplesmente desempregados. Em um cruzamento do bairro de Santo Amaro, por exemplo, não é pedido muito. Em um registro feito pela equipe de reportagem, um homem segura um cartaz e pede apenas centavos para acabar com a fome.

Dados

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de março a dezembro do ano passado, foram fechadas 374 mil vagas de trabalho, no Estado. Em 2020, o número de pernambucanos sem emprego chegou a 640 mil. Sem ter renda, alguns não conseguiram sustentar a casa e foram morar nas ruas.

Em alguns pontos, como o Viaduto da Caxangá, existem várias dessas histórias. Uma das é a do ex-serralheiro, Erivaldo Bernadino, que fez do ponto a sua casa e o seu local de trabalho, agora para pedir.


Gritos silenciosos

Enquanto isso, os cruzamentos continuam sendo palco de gritos silenciosos. Quem passou a viver nas ruas conta apenas com a proteção divina.

Ajuda

Diante de tantas pessoas com fome, um ano atrás, no penúltimo dia de março, a empresária Maria Eduarda Fernandes, de 46 anos, decidiu arregaçar as mangas e começou, sozinha, fazendo 20 marmitas por dia, em sua casa, para distribuir perto pela área, em Boa Viagem.

Vendo a atitude dela, alguns vizinhos decidiram ajudar. A ação cresceu, e hoje são 22 voluntários. O projeto Vizinhos Solidários já atendeu, em 12 meses, mais de 20 comunidades, distribuiu mais de 70 mil marmitas e 10 mil cestas básicas, em 72 pontos de Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes.

Além de alimentos, o grupo precisa de doações de sabonete, máscaras e água mineral.


O Armazém do Campo, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), também vai intensificar as saídas do projeto Marmita Solidária para atender um maior contingente de pessoas nas ruas.


TV JORNAL

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