Lista do MEC tem dezenas de cursos de PE com desempenho insatisfatório

mecPelo menos 30 cursos de graduação em Pernambuco não vão poder abrir novas vagas em 2016 nem ter novos contratos com programas como Prouni, Fies e Pronatec. Eles fazem parte da lista de 756 cursos do país que obtiveram nota inferior a 3 — desempenho considerado insatisfatório — no Conceito Preliminar de Curso (CPC) do Ministério da Educação (MEC).  O MEC publicou no Diário Oficial da União desta quarta-feira (23) uma lista de 68 cursos proibidos de abrir vagas em vestibular em 2016 no país.
A renovação de contratos com os programas federais está condicionada à assinatura de protocoto de compromisso aceito pelo MEC. Tiveram desempenho “satisfatório”, com nota acima ou igual a 3, 6.049 cursos.
Entre os cursos de Pernambuco estão o de Licenciatura em História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); o de EngenhariaFlorestal da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Da Universidade de Pernambuco (UPE) aparecem duas licenciaturas da unidade de Petrolina: Matemática e Letras/Português e inglês. Três graduações da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) figuram na lista: Física, Arquitetura e Urbanismo, Letras/Licenciatura em Português e espanhol. Todos os cursos citados tiraram nota 2.
Em nota, a UFPE afirma que recebeu a notícia com surpresa e vai recorrer. “Vamos recorrer da decisão para que os alunos que forem selecionados no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2016 sejam matriculados”, afirmou o pró-reitor para Assuntos Acadêmicos da UFPE, Paulo Goes, em nota. Ele afirma que o curso obteve conceito 2 nos dois anos citados — 2011 e 2014 — devido ao boicote dos alunos ao Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), mas que uma nova visita foi feita esse mês, passando a nota do curso para 5 (máxima). A UFPE acredita que a decisão será revertida o mais rápido possível.
A Unicap afirma que “Infelizmente o Enade é um resultado que não depende da instituição, do esforço que ela faz para ter um corpo docente qualificado e uma infraestrutura adequada. A Católica, ao longo do ano, busca conscientizar os alunos sobre a importância da participação deles no Enade. Mas, infelizmente nem todos os alunos se comprometem com esta avaliação e alguns sequer respondem a prova completa, o que acaba resultando num conceito que não reflete a realidade do curso”.
G1 entrou em contato com a UFRPE mas ainda não recebeu retorno. A UPE informou que a faculdade ainda não foi notificada sobre o assunto e, por essa razão, não vai ainda se pronunciar.
A Uninassau também teve um curso citado, o de Engenharia de Telecomunicações. A assessoria de comunicação da instituição alega que houve um erro nos cálculos do MEC. De acordo com nota enviada à redação: “A graduação em Engenharia de Telecomunicações teve, em 2011, nota 3 no CPC e 4 no Enade. Dessa forma, baseado nas normas de cálculos estabelecidas pelo MEC, publicadas até a presente data, e que tratam de suspensão apenas para cursos reincidentes em índices insatisfatórios, o curso de Engenharia de Telecomunicações da UNINASSAU não pode ser suspenso. Ressaltamos que já está sendo encaminhado recurso para o MEC solicitando a correção do dado”.
Também foram citados na lista diversos cursos de faculdades públicas e particulares do interior do estado, em cidades como Serra Talhada, Arcoverde, Pesqueira, Araripina e Salgueiro.
No Agreste, a Faculdade de Formação de Professores de Belo Jardim (Fabeja) teve três licenciaturas  citadas: Letras/ Português e inglês, História e Geografia. A Faculdade de Formação de Professores da Mata Sul (Famasul) teve o curso de Geografia de Palmares citado. Em Pesqueira, também no Agreste, integram a lista dois cursos do Instituto Superior de Educação (Isep): as licenciaturas em Pedagogia e Letras/Português e espanhol.
As licenciaturas em Letras/Português e História da Faculdade de Formação de Professores de Serra Talhada, no Sertão, também tiveram desempenho insuficiente, assim como o Centro de Ensino Superior de Arcoverde, no Sertão, com o curso de Ciências Biológicas.
G1 entrou em contato com a Fabeja, Famasul, Isep, Fafopst e Cesa, mas ainda não recebeu retorno. A Fafica informou por meio da assessoria de imprensa que a faculdade não vai ainda se pronunciar sobre o assunto.
G1
Madalena Diamante

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