UM AVIÃO, O GOVERNO E O JANEIRO DE FOME DOS DEMITIDOS


Nilvan Ferreira
Não há argumento capaz de me convencer a respeito da suposta necessidade de o governo comprar um avião, que servirá para as viagens do governador Ricardo Coutinho, dentro e fora da Paraíba. Impossível alguém em sã consciência concordar com algo parecido. Soa como uma afronta, se levarmos em consideração, que a Paraíba vive outros diversos assuntos de maior envergadura e merecedores das atenções de suas autoridades.
Governador, tenha paciência. Respeite os paraibanos e seus necessidades mais prementes. Não deboche da nossa tolerância. Não ouse em continuar tripudiando sob nossas decifiências, usando o poder que lhe foi conferido nas urnas, através do nosso voto, para colocar em prática verdadeiras "sandices". Não abuse da indelicadeza. A Paraíba e o seu povo não podem servir de "fantoches" ao assistir este espetáculo deprimente que ora nos impõe o seu governo.
Enquanto milhares de pobres servidores são sumariamente demitidos, logo nos primeiros dias do novo ano, o governador anunciar um processo licitatório, para a compra de um avião, que pode custar a bagatela de algo em torno de 16 milhões de reais, é, no mínimo, "escrachar" com a "cara" dessa gente, que está, no momento, sem perspectiva de absolutamente nada para sí e sua família.
Um estado que paralisa a grande maioria dos programas sociais, sob o argumento de crise e de necessidade de cortas gastos, não pode se dar ao luxo de usar quase vinte milhões de reais para concretizar um sonho de consumo do seu governante. Isto extrapola os limites da decência e da sensibilidade, num estado marcado pela pobreza e exigências mais urgentes.
Comprar um avião pode ser colocado como a prioridade número "um" da Paraíba? Trata-se de algo inadiável, do ponto de vista administrativo? Governar é eleger prioridades. Os recursos que o governo quer usar agora para a compra do avião bem que poderiam servir na resolução de alguns problemas muito mais sérios. E o governo sabe do que estou falando.
Ricardo, o mesmo que quer gastar mais de 16 milhões para comprar um avião, não pensou duas vezes quando decidiu demitir todos os prestadores de serviços; seu governo ainda nem sinalizou se outros servidores terão direito ou não ao pagamento dos salários referente ao mês de janeiro; escolas estão sendo fechadas e o argumento usado é o de que é necessário economizar e conter gastos com a educação.

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