Goiana amarga um dos piores desempenhos em alfabetização infantil de Pernambuco, segundo TCE-PE
Enquanto a maioria dos municípios pernambucanos avança na alfabetização das crianças de 6 e 7 anos, Goiana segue na contramão do progresso. De acordo com o Índice de Compromisso com a Alfabetização (ICA), divulgado pelo Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) na última quarta-feira (6), o município conquistou uma das piores notas entre as 184 cidades avaliadas: apenas 5,67, ocupando a terceira pior colocação, à frente somente de Parnamirim (5,21) e Itambé (5,61).
Os dados preocupam ainda mais quando comparados à média estadual, que subiu de 5,2 para 7,9 em 2024. O número de municípios com notas entre 4 e 5,9 caiu drasticamente de 70 para apenas cinco. Enquanto 33 cidades alcançaram notas entre 9 e 10 (faixa de excelência) e 122 ficaram entre 7 e 8,9, Goiana segue estagnada em um nível alarmante.
O ICA avalia diversos critérios que medem o comprometimento das gestões municipais com a alfabetização na idade certa, incluindo estrutura das escolas, qualificação dos professores, materiais pedagógicos, gestão escolar e acompanhamento dos alunos. No caso de Goiana, o desempenho ruim evidencia falhas graves e persistentes em praticamente todos esses aspectos — mesmo com o município sendo um dos que mais arrecadam em todo o Estado.
A situação acende um alerta para a educação pública local. A alfabetização nos primeiros anos do ensino fundamental é essencial para o desenvolvimento escolar e social das crianças. Quando esse processo falha, as consequências se estendem por toda a vida escolar do aluno, dificultando a aprendizagem e limitando suas oportunidades futuras.
Diante desse cenário, a pergunta que fica é: por que Goiana, com tantos recursos à disposição, não consegue garantir o direito básico à alfabetização? A omissão da gestão pública nesse aspecto pode ser considerada um verdadeiro crime institucional contra o futuro das crianças goianenses.
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