FUNDARPE, inicia processo de tombamento da Maçonaria em Goiana-PE

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A Fundação do Patrimônio Histórico e Artistico de Pernambuco-FUNDARPE, Publicou neste sábado (13) de abril, a abertura do processo de tombamento do sobrado que abriga a loja Maçônica Fraternidade e Progresso, localizada na AV. Marechal Deodoro da Fonseca, 104, centro, Goiana-PE, por apresentar valor histórico, Arquitetônico e cultural. O referido tombamento teve o encaminhamento pelo Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural-CEPPC.  

MAÇONARIA EM GOIANA - 1874
Edmundo Jordão, em 1930, acrescentou uma quinta época à história de Goiana que vai de 1870 a 1929 em cuja órbita se processaram os dois grandes acontecimentos “Abolição e República.
Goiana sempre se salientou nas lutas de caráter político ou cívico, pela liberdade e pela igualdade dos povos. Entende-se, portanto, porque em 1874 foi fundada a Loja Maçônica, sacrário das liberdades humanas, em sessão secreta. Esta Sociedade Maçônica, a primeira a ser instalada no interior de PE, entregou-se apaixonadamente aos dois movimentos mais importantes do cenário da vida nacional: a libertação dos escravos e a proclamação da república.
“Goiana, numa significativa repulsa contra a violência imposta pela inominável prepotência de nosso Primeiro Imperador à nossa vontade de homens livres, queimou, simbolicamente, em praça pública, um exemplar da Constituição outorgada condenando, entre outras coisas opressivas, o famoso Poder Moderador conferido ao imperador, Chefe da Nação.”
Os maçons durante a campanha republicana reuniram moços estudantes, empregados do comercio, filhos de senhores de engenho para iniciar um intenso e profundo trabalho de opinião, e participar assim da implantação da República. Convidaram o grande tribuno da República Silva Jardim que foi estrondosamente recepcionado na cidade e entre tantos movimentos os maçons e aqueles moços realizaram o seu sonho de bradar “Viva a República” em 15 de novembro de 1889. Na JORDÃO, 1974.


Maçonaria nasceu um Gabinete de Leitura, um dos primeiros do Estado, única fonte de instrução nesta cidade onde funcionava aula noturna franqueada ao povo.155
Quanto a libertação dos escravos, concedida em dose homeopáticas, a Maçonaria convocou todos os maçons do Brasil para acelerarem o movimento emancipador que aconteceu em 13 de maio de 1888,. Mas, quando chegou a notícia em Goiana, não havia mais escravos, graças as atividades dos maçons com o auxílio daqueles que amavam a liberdade, igualdade e fraternidade como o maçom José Pires Vergueiro, dono da Olaria Pires, na Impoeira, que recebia os escravos fugidos dos engenhos com a ajuda do sapateiro Basílio Machado.
Em 1930 a Maçonaria teve o seu arquivo seqüestrado (livros e atas) pela polícia pernambucana por determinação da Ditadura que foi instituída no Brasil, perdendo o todo o seu acervo.

Fonte: Diário Oficial de Pernambuco em 13 de abril de 2019. 20- ano XCVI. Nº 71 

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