Tirar carteira de trabalho vira dor de cabeça em algumas cidades do país

Para muita gente já está difícil arranjar emprego. Agora está difícil também conseguir a carteira de trabalho. O sistema para tirar o documento ficou mais moderno e também mais demorado. Em muitas cidades a espera está levando meses. Meses atrás de um documento que o poder público é obrigado a fornecer, ainda mais quando o emprego está tão difícil.
As desculpas em cada estado são variadas, mas nada justifica impedir o acesso a um emprego por falta de um documento.
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Está difícil voltar para casa com a carteira de trabalho no Rio Grande do Norte. A saga do estudante Alecsander Batista já dura cinco meses. Toda semana ele tenta fazer o agendamento.
“O site não funciona e estou aqui desde seis e meia da manhã tentando ver se a gente consegue, mas infelizmente...", queixa-se o estudante.

Em Maceió, mais dor de cabeça. O sistema mudou tem dois meses e desde então está muito lento. Antes, eram emitidas 220 carteiras por dia. Agora, não passam de 80. “Está com um mês que eu fiz o agendamento, pensei que ia fazer no mesmo dia, tirar no mesmo dia, mas ainda não tirou, demora muito”, reclama outro estudante, Wemerson da Silva.
Em Goiás existem 110 postos de atendimento do Ministério do Trabalho, do governo do estado e das prefeituras onde as pessoas podem tirar a carteira de trabalho, mas agora que o sistema está totalmente informatizado, só 15 locais tão oferecendo o serviço. Essa diminuição ocorreu porque os parceiros do Ministério do Trabalho não compraram o kit que emite a carteira do trabalhador.
O kit tem uma câmera, caneta para assinatura digital e um leitor biométrico. Os equipamentos custam menos de R$ 2 mil. O Ministério do Trabalho diz que vai doar 51 kits para o governo de Goiás nos próximos 15 dias. “Isso desafogaria toda a demanda que atualmente está com o Ministério do Trabalho e já atenderia aos anseios da população, que é um atendimento mais rápido", afirma o superintendente do Ministério do Trabalho em Goiás, Degmar Jacinto Pereira.

Em um local que faz a nova carteira mostrado na reportagem, como a procura é grande, o sistema costuma estar lento ou parado. Quando o funcionamento é normal, o funcionário leva 15 minutos para concluir o atendimento. Agora, ele está demorando quase uma hora. “Você vai perder no mínimo meio dia você perdeu, você fica aqui", diz o vistoriador Cléves Cardoso.

Em Rio Verde, interior do estado, a situação é ainda pior. Lá não tem agendamento por telefone, nem internet. A pessoa tem que madrugar na fila para pegar uma senha. Para essas pessoas, só resta ter paciência. A Neusa diz que a filha só conseguiu agendar atendimento para o mês que vem. Sem a carteira, ela não pode conseguir o tão sonhado emprego.“Agora é rezar para chegar no mesmo dia, no dia 8, e dar tudo certo”, diz Neusa.

Vamos, então, às respostas. Em Natal, a Superintendência Regional do Trabalho disse que abriu cinco novos postos de emissão da carteira.
A Superintendência em Alagoas informou que os técnicos estão monitorando o sistema de informática em busca de uma solução.
O governo de Goiás disse que espera a doação dos kits do Ministério do Trabalho para resolver o problema.
O Ministério lembra que a responsabilidade é dos estados e municípios. Mas reforçou que vai fazer a doação para Goiás.

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