Em Itambé, testemunha é ameaçada por policial, diz advogado

O advogado da família do estudante baleado durante um protesto em Itambé, Ronaldo Jordão, denuncia que uma das testemunhas da ocorrência sofreu ameaças. De acordo com o jurista, o comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar, Paulo Sérgio Matos, enviou mensagens para a testemunha questionando o motivo dela criticar, nas redes sociais, a atuação da polícia no município.
A testemunha que é proprietária de um bar chegou a ter o estabelecimento interditado pelo Corpo de Bombeiros, sob a alegação de falta de extintores, mas o advogado acredita que a ação foi uma intimidação.
“O Corpo de Bombeiros esteve no bar juntamente com uma viatura da Polícia Militar. A interdição aconteceu no mesmo dia em que o estudante foi baleado. Porém, como podem fechar o estabelecimento por falta de extintores se não foi feita nenhuma inspeção no local? Isso é claramente uma forma de intimidar a testemunha que presenciou as agressões ao jovem”, afirma. Na imagem abaixo, confira um trecho da suposta conversa entre o policial e a testemunha:
Investigações
Na próxima segunda-feira (3), uma apuração paralela será feita pelo Ministério Público por meio do promotor João Elias para investigar a violência no município. Na ocasião, serão ouvidas a testemunha que foi intimidada pelo comandante, como também, o irmão da vítima, Roberto da Silva. Estado de saúde do estudante O último boletim médico divulgado pelo Hospital Miguel Arraes, na terça-feira (28), apontou uma piora no quadro clínico de Edvaldo da Silva, de 23 anos.
O jovem teria voltado a respirar com ajuda de aparelhos. Uma foto em que o rapaz aparece entubado na UTI está circulando nas redes sociais. O advogado da família, responsabiliza a unidade de saúde pelo vazamento da imagem. “Nós não autorizamos o hospital a divulgar nenhuma imagem dele, muito menos em estado de coma. Não sabemos quem fez a fotografia, localizamos o perfil do Facebook de quem postou, mas não sabemos se pertence a uma pessoa real ou falsa”, comenta.
Ainda segundo Ronaldo Jordão, a família tem sido desassistida pelos profissionais que estão cuidando do rapaz. “Infelizmente os parentes não tem recebido um boletim médico escrito, são só conversas. Por duas vezes, estivemos no local pra tentar conversar com o profissional que está cuidando de Edvaldo, mas não conseguimos”, explica.
Respostas

Em nota, a Polícia Militar disse que desconhece qualquer tipo de pressão ou ameaça, prática condenada pela corporação. O comandante Paulo Ségio Matos está de férias, devendo retornar no dia 3 de abril. Atendendo pedido do Ministério Público, será apresentado para audiência onde espera­se que a denúncia seja esclarecida.

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