Em carta, representantes de blocos solicitam apoio mínimo da Prefeitura de Caaporã para Carnaval de rua

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O prefeito da cidade de Caaporã, Kiko Monteiro (PDT) e a secretária municipal da Cultura, Elianor Balbino, receberam nesta sexta-feira (17) uma carta de representantes de blocos carnavalescos de rua da cidade, com o pedido formal de concessão de apoio básico para a realização de eventos com blocos de rua.
Os representantes dos blocos de rua locais, através de uma carta aberta, contemporizaram o período carnavalesco como evento centenário e pediram ao prefeito e a secretária um apoio da gestão pública municipal para que a manifestação cultural ocorra dentro do mínimo que se espera.
Ainda segundo os representantes dos blocos que assinaram o documento, a ausência de incentivo da Prefeitura pode inviabilizar a saída de grupos carnavalescos tradicionais que contam com pequenos apoios e patrocínios de comércios locais.
“Queremos que o poder público ajude com o mínimo necessário o movimento cultural que acontece na cidade já há muitos anos, uma vez que a falta dessa ajuda pode prejudicar o carnaval de rua do nosso município”, afirmou um dos representantes.
A demora do Governo Municipal em se pronunciar quanto ao apoio que dará aos blocos também foi assunto da carta. A preocupação se dá devido a proximidade do Carnaval e o fato de ainda não existir a definição do apoio da Prefeitura no que se refere a estrutura e na ajuda destinada aos blocos.
O prefeito Kiko Monteiro afirmou que o município atravessa uma situação financeira e administrativa calamitosa, fruto da gestão passada que não organizou as finanças públicas, praticou a política do “quanto pior, melhor” e deixou o caos como herança na tentativa de inviabilizar a atual administração.
O gestor ainda explicou que foi preciso decretar Estado de Emergência na cidade, uma medida jurídica viável para promover, de maneira eficaz, o controle da situação, minorando os danos causados aos caaporenses com equilíbrio, eficiência e responsabilidade.
Kiko antecipou que a Prefeitura não promoverá nenhum evento festivo por absoluta falta de razoabilidade, diante da situação caótica encontrada.
Questionado sobre as ajudas pleiteadas pelos blocos carnavalescos da cidade, o prefeito destacou que a prioridade é viabilizar a gestão com economia em todas as áreas, porém, ajudará no que puder.
“A manifestação popular que ocorre no período carnavalesco é inevitável e a cidade de Caaporã sempre demonstrou isso com seus blocos de rua, expressão latente da cultura do nosso povo. É dever da administração preservar as condições mínimas para que a festa ocorra com dignidade e respeito aos movimentos culturais. A decisão de não realizar o Carnaval já foi tomada pelo Governo Municipal. No entanto, o município tem a obrigação de garantir o mínimo necessário para que a ordem e os valores do nosso povo sejam assegurados, dentro de um planejamento que não comprometa o projeto para tirar a cidade do caos em que se encontra. Isso nós faremos!”, finalizou Kiko.
Confira abaixo a íntegra da carta entregue ao Prefeito e à Secretária Municipal de Cultura.
Caaporã, 17 de fevereiro de 2017
CARTA ABERTA DOS BLOCOS DE RUA E DE CARNAVAL DE CAAPORÃ AO PREFEITO À SECRETÁRIA MUNICIPAL DE CULTURA:
Ilmo. Senhor Prefeito, Kiko Monteiro.
Ilma. Senhora Secretária Municipal de Cultura, Elianor Balbino.
Diante do valor histórico e cultural que a festa do Carnaval adquiriu em nosso País ao longo dos últimos cem anos, sendo hoje reconhecida como um patrimônio do povo brasileiro e uma de suas mais marcantes formas de expressão;
Diante da tradição de Caaporã na história do Carnaval do Estado da Paraíba e da força desta festa na formação da identidade e na construção do imaginário coletivo da população caaporense, em especial da comunidade afro-brasileira;
E diante da ausência de apoio ao Carnaval por parte da Prefeitura Municipal e da falta de manifestação quanto à postura adotada para a saída dos blocos de rua, reivindicamos apoio mínimo para a realização satisfatória das manifestações culturais dos eventos carnavalescos, tais como: importância financeira módica como forma de incentivar o movimento cultural da cidade no período festivo, bem como o apoio e garantia de segurança.


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