Polícia: PM prende ex-servidor da Prefeitura de Goiana por crime de peculato

Na verdade, o esquema funcionava - segundo registram os autos do Tribuanl de Justiça da 1ª Vara da Comarca de Goiana - sob coordenação de Ladjane Félix Soares, sobrinha do ex-prefeito e, à época, diretora de Recursos Humanos da administração. Ladjane também foi alvo da operação.
Segundo os policiais militares que efetuaram o mandato na sua residência, ontem pela manhã, ela teria saído da cidade na tarde do dia anterior e é, atualmente, considerada foragida.
Múltiplos depósitos
Segundo testemunhas dos autos, as pessoas recrutadas para receber os pagamentos indevidos não pertenciam ao quadro de funcionários efetivos e comissionados da Prefeitura. Os múltiplos depósitos foram realizados no período de junho a setembro de 2001. Constata-se, também nos autos, que o ex-chefe de divisão de Pessoal elaborava a planilha de pagamento e encaminhava ao banco após aprovação de Ladjane, que segundo Ivanildo, era quem comandava as operações.
Em outro trecho dos autos, as investigações apontam que a dupla se valia de vários argumentos para depositar argumentos nas contas de "laranjas". Uma vez realizadas as transações financeiras cabia a Ivanildo recolher o dinheiro e repassar para Ladjane. Em interrogatório, realizado anteriormente pela Justiça, a sobrinha do ex-prefeito negou as acusações.
Prisão
O mandado de prisão contra os responsáveis foi expedido na última quarta, dia 6, e cumprido ontem (07). Os acusados foram condenados a cinco anos e quatro meses em regime semiaberto, a serem cumpridos na penitenciária de Itamaracá, onde Ivanildo já se encontra, e na Colônia Penal Feminina do Bom Pastor, no Recife, onde Ladjane deve ser encaminhada, quando localizada.
O ex-prefeito não é citado nos autos. Mas por meio de um processo de auditoria especial, o Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) julgou irregulares as contas dessa época. A decisão foi tomada após análise da folha de pagamento, no período entre julho de 2001 e outubro de 2002. O mesmo tribunal chegou a determinar a restituição dos recursos desviados aos cofres públicos do município.
A ação atinge, diretamente a gestão do ex-prefeito e pode dificultar os seus planos de disputar mais uma vez o pleito municipal, uma vez que se somado a citação na lista de fichas sujas, com quatro processos no TCE-PE, o imbróglio pode inviabilizar sua candidatura à prefeitura do município nesta eleição.
O promotor público aposentado e ex-prefeito Edval Félix Soares informou ao Blog do Anderson Pereira que o processo foi consequência de uma sindicância, promovida por ele, apontando a irresponsabilidade dos servidores, sugerindo, inclusive, a quebra do sigilo bancário.
Com informações da Folha de Pernambuco

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