PARAÍBA:MP cancela blocos em Alhandra devido acirramento político e prefeito comemora

 Acompanhado apenas por seu fiel escudeiro, quase uma sombra… O prefeito comemorou o cancelamento do bloco criado de última hora pelos próprios aliados, dentre eles o vereador líder da situação, que tinha a missão de homenagear o gestor.

O ex-prefeito Renato Mendes explicou o motivo do cancelamento do Bloco do Menino para muitos moradores que o aguardavam

O acirramento político na cidade de Alhandra foi o motivo principal para o cancelamento do maior bloco de arrasto da cidade, o “Bloco do Menino”, que sairia neste sábado (6), pelas principais ruas da cidade.

O Bloco que existe há seis anos é organizado pelo ex-prefeito Renato Mendes e teria sido prejudicado pela recente criação de um bloco intitulado “Nação Vermelha” organizado pelo vereador e líder do prefeito na Câmara, Edielson Nunes, que faz referência aos aliados do atual gestor Marcelo Rodrigues e impôs como data de saída o mesmo dia do bloco dos “Amarelos”.

A confusão foi resolvida com o cancelamento dos dois blocos após o Ministério Público ser acionado. A reunião que definiu o cancelamento dos blocos foi realizada na manhã desta quinta-feira (4), na Sala de Audiências da Promotoria de Justiça de Alhandra, e intermediada pelo promotor de Justiça Raniere Dantas.

A audiência contou com presenças do capitão Kelton (comandante da Polícia Militar), de Marcelo Rodrigues (prefeito), de Rodrigo Cabral (procurador do Município), de Mizael da Silva (secretário de Cultura), de Daniel Miguel (presidente da Câmara), dos advogados das respectivas partes e dos representantes do “Bloco do Menino” e “Nação Vermelha”, Renato Mendes e Manuel Fernandes e, Edielson Nunes e Carlos Sousa, respectivamente.

Durante a reunião o comandante da Polícia Militar da região enfatizou que conta apenas com 35 policiais por dia para cobrir a segurança do Litoral Sul e com um efetivo de mais 50 homens para região litorânea, números que se mostram insuficientes para garantir a segurança dos dois blocos no mesmo dia.

Ainda de acordo com o comandante, o ofício 09/2016, encaminhado pela Secretaria de Cultura Municipal, oficializava a informação da saída dos dois blocos no mesmo dia. Por verificar ânimos exaltados por parte da população o comandante afirmou que seria imprudente que ambos os blocos saíssem no sábado de Carnaval. Assim, ficou decidido, em consenso com os representantes dos blocos, que nenhum deles deve sair numa mesma ocasião em prol da segurança e bem estar dos foliões alhandrenses.

O que chamou atenção foi a comemoração de Marcelo Rodrigues que saiu do Ministério Público fazendo o “V” como se o resultado da reunião tivesse sido uma vitória. O fato soou estranho até para os que o acompanhavam, uma vez que, um dos blocos cancelados, o “Nação Vermelha”, homenagearia a ele, sua campanha e seus aliados políticos. Diante da situação, imaginou-se que ninguém havia compreendido com clareza o resultado da audiência ou que o prefeito sequer sabia o que estava acontecendo.

O deputado Branco Mendes lamentou o ocorrido e disse que tudo não passou de uma farsa criada apenas para impedir a saída do “Bloco do Menino”. “Tudo estava pronto para a saída do Bloco que existe há seis anos. Todos os pedidos e avisos às autoridades foram realizados e as atrações contratadas. Criaram um bloco de rede social, apenas para prejudicar o nosso que iria amarelar Alhandra. Isso mostra o medo e desespero desse prefeito. Quem não deve, não teme”, disse Branco.

Já Renato Mendes afirmou que acatou a decisão do comandante da PM e do promotor visando apenas a segurança dos foliões que não merecem ser envolvidos em uma triste trama criada apenas para impedir a saída do seu bloco. “O Ministério Público e o comandante da PM fizeram o papel de preservar os alhandrenses. Mas, um papel triste e lamentável quem fez foi esse prefeito que, por puro medo de não levar gente às ruas em seu bloco, resolveu acabar com o nosso. Isso foi bom para mostrar quem não tem medo de ir às ruas e, consequentemente, para mostrar quem realmente tem medo do fracasso”, pontuou Renato.

Portal do Litoral 

Imagens: Oziel Tavares