Acusação promete testemunha "bombástica" e critica promotor; julgamento começa na segunda-feira (4)


José Arteiro, advogado de Sonia Samudio (mãe de Eliza), conversa com a imprensa no fórum Pedro Aleixo, em Contagem (MG) Rayder Bragon Do UOL, em Belo Horizonte O advogado José Arteiro Cavalcante, assistente de acusação da Promotoria no processo sobre o sumiço de Eliza Samudio, afirmou que levará uma testemunha cujo depoimento não deixará margens a dúvidas sobre a condenação do goleiro Bruno Souza pela morte da sua ex-amante. Cavalcante disse, no entanto, que irá preservar o nome da pessoa, que não está na lista de testemunhas anunciadas pelo TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais). O advogado disse ainda que pretende convencer a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri de Contagem, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, para ouvir o depoimento da testemunha durante o julgamento do goleiro e de sua ex-mulher Dayanne de Souza. O júri popular se inicia nesta segunda-feira (4), no Fórum doutor Pedro Aleixo, localizado em Contagem. “Vamos desmascarar o Bruno. A testemunha não foi arrolada, acho que foi uma falha grande do promotor, mas acho que ela pode ser ouvida como testemunha do juízo. Ela [testemunha] sabe tudo”, afirmou. Para Cavalcante, Bruno será condenado. “O Bruno já está morto, esse julgamento é só para sacramentar, jogar uma pá de cal e fechar a tampa do caixão e jogar terra por cima”, disse. Ampliar Caso Bruno103 fotos 14 / 103 7.jul.2010 - O goleiro Bruno Souza, do Flamengo (dir.), se apresenta na Polinter (Polícia Interestadual), no Andaraí, zona norte do Rio de Janeiro, ao lado de seu advogado Michel Assef Jr. Leia mais Luis Alvarenga / Agência O Globo Ligações feitas entre os acusados O promotor Henry Castro afirmou, por meio da assessoria do MPE (Ministério Público Estadual), de Minas Gerais, que não falaria com a imprensa por causa de uma “imersão” a ser feita por ele no processo. No entanto, as últimas movimentações do promotor e entrevistas dadas anteriormente delinearam como será a atuação da acusação no julgamento do goleiro Bruno Souza e de Dayanne de Souza, ex-mulher do jogador. Mais uma vez, Castro deverá explorar o argumento de que o arqueiro teria sido o mandante do assassinato de Eliza Samudio, sua ex-amante e com quem teve um filho. Outro ponto do processo que deverá ser levado em conta pelo promotor será o cruzamento das ligações telefônicas feitas entre os acusados, no dia indicado como sendo o da morte da moça (10/06/2010), e que foram alvo de investigação pela Polícia Civil mineira. Em novembro do ano passado, quando foram condenados Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e Fernando Castro, outra ex-amante de Bruno, o representante do Ministério Público enfatizou aos jurados esse item. A defesa de Bruno deve adotar a estratégia de culpar somente Macarrão pela morte. Outro ponto forte da acusação é o conhecimento profundo que o promotor demonstrou ter do processo, o que inviabilizou, em parte, a tentativa de alguns advogados de defesa de arrastar o julgamento com constantes pedidos de consultas ao documento, com aproximadamente 15 mil páginas. O caso do desaparecimento de Eliza Samudio - 23 vídeos 12.nov.2012 - Defesa de réu tenta adiar julgamento 12.nov.2012 - Padrasto de Bruno alega que Eliza está viva 10.nov.2012 - Primo de Bruno não participará de julgamento 6.nov.2012 - Macarrão pede R$ 1 mi após ser chamado de gay 9.nov.2012 - Julgamento de Bruno é marcado para novembro 5.set.2012 - Casal é preso pela morte do primo de Bruno 29.ago.2012 - Busca pelo corpo termina sem pistas 28.ago.2012 - Polícia deve retomar buscas ao corpo de Eliza 28.ago.2012 - Em carta, primo incrimina Bruno 14.ago.2012 - Justiça reduz pena do ex-goleiro Bruno 14.jul.2012 - Bruno é punido após divulgação de carta 10.jul.2012 - Carta de Bruno a Macarrão fala em "plano B" 6.jun.2012 - MPF diz que Bruno representa perigo 21.jul.2011 - Macarrão recebe os Direitos Humanos 7.out.2010 - Bruno volta a passar mal durante audiência 28.jul.2010 - Primo diz que Bruno não esteve no sítio 23.jul.2010 - Bruno e 2 suspeitos ficam calados 23.jul.2010 - Bruno diz que vai processar o Estado 13.jul.2010 - Menor: Eliza foi levada à casa de Bruno 12.jul.2010 - Mulher teria ajudado goleiro a fugir 8.jul.2010 - Advogado de Bruno deixa o caso 8.jul.2010 - bastidores da cobertura do caso 8.jul.2010- Bruno e Macarrão seguem para IML e Bangu 2 Próximo Anterior Ao ser questionado em uma entrevista dada a um jornal mineiro, Castro afirmou que não existe uma prova preponderante sobre outras, mas sim, um conjunto de provas que é considerado por ele como preponderante para pedir a condenação dos réus. “Não tem uma [prova] em especial. Temos os telefonemas entre [o ex-policial Marcos Aparecidos dos Santos] Bola, Macarrão e o então menor [Jorge Luiz Lisboa Rosa] no dia do crime e nos dias anteriores. As antenas de celular mostram todos eles próximos à casa de Bola [localizada na cidade de Vespasiano, região metropolitana de BH], na noite do crime. Há o sangue no carro [na Land Rover que pertencia ao goleiro Bruno] e o depoimento das testemunhas", afirmou. O primo do goleiro Jorge Luiz Lisboa Rosa deverá depor durante o julgamento, de acordo com o TJ-MG. Ele foi uma das principais testemunhas do caso e deverá, caso compareça, ser bastante sabatinado pelo promotor. Um DVD contendo a entrevista dada por Rosa ao programa “Fantástico”, da "TV Globo", no dia 24 do mês passado, foi anexada ao processo e deverá ser exibida aos jurados. Um inquérito complementar e sigiloso também foi anexado ao processo. A pedido do MPE (Ministério Público Estadual), a Polícia Civil mineira investiga a suposta participação de dois ex-policiais na morte de Eliza. Ampliar Versão da polícia para morte de Eliza: o caso Bruno em quadrinhos40 fotos 40 / 40 Minas Gerais - Bruno, Macarrão, Flávio, Coxinha e Elenílson são presos e levados à penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (MG); a Justiça mineira recebeu a denúncia do Ministério Público, tornando todos réus em ação penal por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, mediante meio cruel e sem chance de defesa da vítima), cárcere privado, ocultação de cadáver e corrupção de menor. O corpo de Eliza não foi encontrado Leia mais Ilustrações: evision Reportagem: Rosanne D'Agostino Também a pedido do órgão, a Justiça autorizou em janeiro deste ano a quebra do sigilo bancário do goleiro, o que deverá ensejar por parte do promotor alguma citação com o resultado da quebra do sigilo durante o julgamento. Castro também deverá argumentar em relação a um dos trunfos da defesa, que alega não ter sido encontrado o corpo de Eliza Samudio, denotando assim a ausência do crime de homicídio. “A defesa se desmoronou. Antes, os advogados diziam que não havia existido o crime. Depois, reconheceram a morte. E agora, voltam a negar”, disse o promotor durante a entrevista. Para tanto, ele também deverá relembrar aos jurados que a Justiça mineira determinou, em janeiro de 2013, a expedição da certidão de óbito de Eliza Samudio.Arte UOL

Fonte: Bol


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