E AGORA JOSÉ?


Amadeu Robson Cordeiro
Carlos Drumonnd de Andrade esbanjou sabedoria ao compor uma grande melodia. O José traçado nas linhas dos seus versos passou a representar universalmente a nomenclatura de muitos cidadãos.
E agora José?... E agora João?... E agora Pedro?... E agora Manoel?... E agora Biu?... E agora Tião? E agora...!!!
E agora José?... Não vou dizer que a festa acabou porque tuas obras foram banquetes de alegria para o povo; não vou dizer que a luz apagou porque candeeiros apagastes; não vou dizer que o povo sumiu porque as urnas mostraram que muitos ainda continuam juntos de ti. Mesmo assim pergunto: e agora José?
E agora Ricardo?... Não vou dizer que estás sem mulher porque tens uma companheira que deve ti envolver de carinho; não vou dizer que estás sem discurso, mas tuas promessas já não trazem confiança aos paraibanos, mesmo assim, tuas palavras ainda contaminam com um pouco de esperança. Se já bebestes abundantemente na taça da vitória, ainda há pouco derramastes preciosas gotas de derrota. Já não podes fumar o cachimbo da paz tão esperada, cuspir, só as repugnâncias que afligem a alma. A noite esfria, mas o outro dia ti sobrevem caloroso como um novo começo. Mesmo assim pergunto: e agora Ricardo? E os servidores públicos?
E agora Vené?... Não vou dizer que estás sozinho, no escuro, pois tua luminosidade é própria e reconhecida por todos pelo teu trabalho incansável. Tua parede não é nua, pois reflete a transparência que te sustenta e te impulsiona a novas searas. Sem cavalo preto, mas no alazão da fé, tu corres corajosamente a galope. Tu queres chegar. Tu podes chegar. Mesmo assim pergunto: E agora Vené?
E agora Cássio?... Não vou dizer que tens a chave para abrir a porta, mas tens a perseverança para encontrá-la. Naufragar no mar já não vais, pois as praias do Bodocongó e muitos afluentes amigos te sustentam e te inunda a alma. Emergem as esperanças. Não vais para Minas, pois não te convém. Mesmo assim pergunto: E agora Cássio?
E agora Cícero?... Não vou dizer que tu gritas, que tu gemes, pois teus sentimentos espargem no som da valsa leve, na fé e na verdade do compasso de um eterno andarilho que não dorme, que não se cansa. Persistes... Estás sempre presente. Mesmo assim pergunto: E agora Cícero?
E agora... o verso pergunta a todos: Se vocês morressem...? Mas vocês não morrem. Porque todos têm uma grandiosa missão. Elejam primeiramente os sentimentos de união, respeito pelo povo e por suas promessas de campanhas que tudo mais vos será acrescentado. E agora...? Fé em Deus, vós sabeis o caminho.

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