RICARDO, MARANHÃO, O TCE, A QUEBRADEIRA E A VERDADE


Nilvan Ferreira
Diz o velho ditado que a "verdade tarda, mas não falha". E acho que foi isso que aconteceu nesta sexta-feira, tendo como base o julgamento das contas do último ano de José Maranhão à frente do Governo da Paraíba. Após uma sessão recheada de expectativa e de obscuras tentativas, nos bastidores, de "melar" Maranhão com a rejeição de seus balancetes, eis que três conselheiros decidiram de forma pragmática que a pressão política não poderá nunca sobrepor a verdade e que o nome do TCE, bastante enlameado atualmente, deveria ser preservado sob todos os aspectos.
E foi assim. As contas de Maranhão foram aprovadas, a turma que adoraria comemorar um resultado diferente "quebrou a cara" e o discurso que o governador Ricardo Coutinho vem acentuando desde o início de sua gestão foi por água a baixo. Ricardo cometeu todas as atrocidades que um gestor poderia colocar em prática, justamente usando a desculpa que aquilo tudo era necessário, porque o seu antecessor, no caso José Maranhão, teria deixado um verdadeiro caos administrativo com índices extrapolados, "rombo" nas contas bancárias do estado, além de um completo sucateamento da máquina.
Sob esse argumento, o governador Ricardo Coutinho não economizou na política da maldade, foi com tudo e promoveu o maior "genocídio" contra o funcionalismo que a Paraíba já assistiu. Foram cerca de 30 mil pessoas demitidas logo nos primeiros dias do seu governo. Outras milhares tiveram que suportar o confisco de suas gratificações. Achando pouco, o governador também decidiu que vantagens salariais, já conquistadas através de tempo de serviço ou por efeito de plano de cargos, carreira e remuneração, não poderiam ser pagas pelo erário e se negou a efetuar o pagamento.
E não foi só isso. Acusando Maranhão de ter quebrado a Paraíba e sucateado as finanças do estado, Ricardo foi implacável e continuou ferindo de morte garantias e conquistas, por exemplo, dos servidores do IPEP. E ele, o governador, não se sensibilizou, nem tão pouco mandou uma coroa de flores, nem foi ao velório de quase uma dezena de "barnabés" lotados no IPEP e que morreram ao tomar conhecimento que seus contra-cheques estavam quase zerados por decisão do novo mandatário da Paraíba.
Até esta sexta-feira Maranhão foi acusado de tudo que de ruim ocorreu no governo e fora dele. Maranhão foi uma espécie de "manto protetor", a guarita e a cortina que Ricardo precisou para desfraldar seu pacote avassalador, que segundo ele, foi essencial para ajustar o caminho que o governo socialista precisava para ser colocado em franca execução.
Pois bem, meus amigos. Mesmo com a negativa dos bajuladores do governo, a verdade enfim apareceu. Numa sexta-feira de "Reis" para mostrar que nem sempre o REI determina ou elege o que dará certo ou não na província. A decisão do TCE impõe um processo que desmoraliza o discurso do governador e de toda sua equipe.

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