Governo mantém chefe da Abin após demissão de nº 2, e agência troca outros 6 diretores

 Luiz Fernando Corrêa aparece sentado e falando. Ele é calvo, usa terno e óculos de grau

Folha de S.Paulo

Após decidir demitir o número 2 da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o presidente Lula (PT) chancelou a permanência na chefia do órgão de Luiz Fernando Corrêa, que promoveu a troca de outros seis diretores.

A exoneração de Alessandro Moretti e todas as outras mudanças foram publicadas em edição extra do Diário Oficial da União na noite desta terça-feira (30), em meio às investigações sobre a “Abin paralela” que teria sido montada na gestão de Jair Bolsonaro (PL).

Devido ao sigilo inerente à função, os nomes dos demais diretores dispensados e aqueles que assumem as vagas não foram publicados no Diário Oficial, apenas as matrículas. Quatro dos novos diretores são mulheres.

A Abin diz que as trocas não têm relação com as investigações, já estavam programadas e obedecem ao cronograma de reformulação do órgão iniciado no ano passado.

A agência de inteligência está no centro de uma crise envolvendo as investigações em torno da possível montagem de uma estrutura paralela de espionagem durante a gestão Bolsonaro.

A Polícia Federal já realizou três operações autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal e, entre outros pontos, afirma ter havido um “conluio” entre a atual gestão do órgão de inteligência e os investigados.

A presença de Moretti no cargo passou a ser contestada após ele ser citado na operação deflagrada na semana passada.

De acordo com a PF, ele participou de uma reunião com representantes de servidores da Abin, em março do ano passado, e teria dito que a investigação sobre a agência tinha “fundo político” e iria passar.

No documento, a PF disse que a postura de Moretti não é a esperada de um delegado que, até dezembro de 2022, ocupava a função de diretor de Inteligência da Polícia Federal.

Ele nega qualquer ação com o intuito de tentar barrar as investigações.

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