Depois de criticar, Lula baixa tom e faz afagos ao PSDB

 

 (crédito: Evaristo Sa / AFP)
(crédito: Evaristo Sa / AFP)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) suavizou, ontem, o tom contra o PSDB, após repercussão negativa da declaração dele, na terça-feira, de que o partido tucano havia acabado. O pré-candidato ao Planalto elogiou o período em que a principal disputa política era entre as duas legendas.

"Por que chamar (Geraldo) Alckmin para ser meu vice? A gente tem de perder as coisas para valorizar. Eu já disse para Alckmin: como este país era feliz quando a polarização era entre o PT e o PSDB. Como era feliz quando a polarização era entre Dilma (Rousseff) e Alckmin, ou Dilma e (José) Serra. (...) A gente era civilizado. A gente ganhava e perdia", discursou, durante encontro com educadores em Porto Alegre.

Em aceno ao ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, Lula destacou que a transição entre os seus governos foi "a mais civilizada que este país já conheceu" e lamentou que haja tanta hostilidade no cenário político atual. "O que aconteceu neste país em tão pouco tempo? Para a gente construir aquele clima de paz, nós passamos 23 anos para derrubar o regime militar", disse.

Na terça-feira, durante o lançamento de um livro sobre cartas que recebeu quando estava na prisão, Lula fez um discurso duro contra opositores e atingiu em cheio o PSDB, partido do qual sua campanha tenta atrair integrantes históricos. "Um senador do PFL disse, uma vez, que era preciso acabar com a 'desgraça do PT', o Jorge Bornhausen. O PFL acabou. Agora, foi o PSDB que acabou, e o PT continua forte, continua crescendo", sustentou.

A declaração provocou reação de tucanos. Ao Correio, o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) disse que a fala "revela o quanto ele (Lula) está de salto alto". "O PSDB mostrará nas eleições de outubro a sua força de sempre", ressaltou. De acordo com o parlamentar, "imaginar que o partido acabou é estar em outro mundo, ou desconectado da realidade, ou fora de órbita".

Já o senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) afirmou que, "apesar de prometer uma pacificação do país, ao falar de improviso Lula segue mostrando a sua face real, marcada por rancor e soberba". Ele reforçou que o apoio do partido deve ir para a candidatura de Simone Tebet (MDB-MS).

Um dos primeiros tucanos a rebater Lula foi o deputado federal Aécio Neves (MG). Em nota, ele classificou a declaração do petista como "arrogante e desrespeitosa". O parlamentar frisou que o PSDB continua essencial ao país "por maiores que tenham sido os equívocos dos nossos atuais dirigentes".

Pelo Twitter, o PSDB também reagiu: "Lula tinha que estar mais preocupado em responder à população por que a gestão do PT quase acabou com o Brasil, que foi salvo da destruição pelo impeachment de Dilma. Aliás, Dilma que ele e o PT escondem. E ele segue na hipocrisia procurando líderes tucanos". Mesmo após o afago de ontem, o partido não retrocedeu. Usou as redes sociais novamente para dizer que "não adianta querer reescrever a história". "Foram anos de PT, Lula e Dilma semeando o ódio, perseguindo adversários, dividindo a sociedade e montando uma máquina de mentiras (hoje chamadas de fake news)".

Correio Braziliense

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