Ministro prevê nova alta do petróleo a partir de dezembro

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O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque (foto), manifestou nesta terça-feira (09) uma “preocupação grande” com a possibilidade de desabastecimento de combustíveis ao ser questionado em audiência no Senado sobre a hipótese de mudança na política de preços da Petrobras.

O petróleo e a valorização do dólar em relação ao real têm provocado aumentos consecutivos nos preços dos combustíveis no Brasil, e o governo sofre pressão para conter a alta. Segundo o ministro, o preço do petróleo tende a avançar mais com a chegada do inverno no hemisfério norte, que faz aumentar a demanda por gás e por outros combustíveis. Neste ano, o preço do petróleo já sofreu uma elevação de cerca de 60% no mercado mundial.

Albuquerque deu as declarações em audiência pública na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado Federal, em resposta a uma pergunta do senador Carlos Fávaro (PSD-MT).

O parlamentar questionou sobre a possibilidade de uma mudança na política de preços da Petrobras, como forma de a estatal lucrar menos com a alta dos combustíveis. Ele citou o caso da Argentina, onde a gasolina é mais barata e está atraindo consumidores brasileiros.

“Se temos importação de combustíveis, não era hora de essa empresa pública [a Petrobras] ganhar um pouco menos? Essa empresa é dos brasileiros. Na Argentina, estão vendendo gasolina a R$ 3, na divisa do país. Não era hora de minimizar o impacto?”, indagou o parlamentar.

Albuquerque disse que a importação dos combustíveis leva, no mínimo, 90 dias e que há uma parcela do mercado, de cerca de 20%, que não é da Petrobras e sobre a qual o governo não tem controle.

“Temos de ter preocupação grande com desabastecimento. Mudar qualquer coisa, tem que ser com critério, transparência e governança. Todos estamos trabalhando nisso para que a gente possa dar uma resposta à sociedade, e tenho certeza que vai ocorrer”, declarou.

Em outubro, a Petrobras informou que não poderá atender a todos os pedidos de fornecimento de combustíveis para novembro, que teriam vindo acima da capacidade de produção da empresa, acendendo um alerta para distribuidoras, que apontaram para risco de desabastecimento no país.

Em comunicado, a petroleira afirmou que recebeu uma “demanda atípica” de pedidos de fornecimento de combustíveis para o próximo mês, muito acima dos meses anteriores e de sua capacidade de produção, e que apenas com muita antecedência conseguiria se programar para atendê-los.

Tendência de alta no petróleo

Questionado sobre o preço dos combustíveis, o ministro de Minas e Energia afirmou que o Brasil aumentou sua produção de petróleo neste ano, mas o mesmo não aconteceu em outros países, que registraram queda, o que gerou uma “crise de oferta e demanda”.

“Preços dos combustíveis. O que ocorreu? Por que houve aumento? Principalmente pela alta do petróleo, 60% só em 2021, e com tendência, com a chegada do inverno no hemisfério norte, de subir um pouco mais”, declarou Albuquerque.

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