Sindicatos de educação tem opinião contrária sobre a greve geral

Instigando debate de vários setores da sociedade, a greve geral, marcada para a próxima sexta-feira (28), deve contar com a participação de um grande número de trabalhadores. O ato a ser realizado em todo o Brasil protesta contra a Lei da Terceirização e reforma da Previdência. No âmbito da educação em Pernambuco, dois sindicatos têm ideias opostas sobre a paralisação.
Por meio do site oficial, o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco (Sinepe) defende que a próxima sexta-feira tenha aulas normais nas escolas do Estado. De acordo com o grupo patronal, a greve pode afetar o calendário escolar dos alunos e os manifestantes que vão participar do ato estão tentando formalizar um feriado.
Contrário à posição do Sinepe, o Sindicato dos Trabalhadores nos Estabelecimentos de Ensino Privado de Pernambuco (Sinteepe) divulgou uma nota defendendo a greve geral e repudiou a opinião do grupo patronal. “O Sinteepe repudia insinuações do Sinepe (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco) de que os trabalhadores, arquidioceses, líderes de diversas religiões, parlamentares, dezenas de movimentos sociais e sindicais estão ‘tentando agregar’ mais um feriado ao promover a Greve Geral do dia 28 de abril”.
A greve geral no Recife promete concentração na Praça do Derby, a partir das 14h. Diversas categorias confirmaram participação no protesto. Os manifestantes devem caminhar por várias vias da área central da cidade. A seguir, confira as notas do Sinepe e do Sinteepe:
Sinepe
Nós, que fazemos o SINEPE-PE, temos a percepção exata dos interesses tão diversos e, ao mesmo tempo, conflitantes que marcam esse momento da vida brasileira. Paralelamente a esses cenários, também somos chamados à nossa responsabilidade para com a comunidade escolar que atendemos, cuja marca maior é a pluralidade na sua formação, nas suas ideias, nos seus credos, enfim, nos seus modos de (con)viver.
Por outro lado, entendemos que as intempestivas interrupções do calendário escolar vêm pondo em risco a regularidade das nossas atividades letivas, acarretando visível prejuízo para os alunos, em todos os segmentos da educação básica. Como exemplo, basta-nos citar que já tivemos dois feriadões no corrente mês, e ainda estão tentando agregar mais um, com a sexta que antecede a segunda-feira, 1º. de maio.
Por tudo isso, ouvidas todas as escolas que estiveram presentes à recente Assembleia Geral da nossa categoria, ocorrida na semana passada, orientamos TODAS AS ESCOLAS PARTICULARES DO ESTADO DE PERNAMBUCO a funcionarem normalmente na próxima sexta-feira, dia 28 de abril, considerando-o como dia letivo devidamente previsto no nosso calendário escolar.
Temos a certeza de que, assim agindo, estaremos respeitando o compromisso assumido com as famílias que confiaram seus filhos e filhas às nossas escolas e seus educadores.
Sinteepe
O Sinteepe (Sindicato dos Trabalhadores nos Estabelecimentos de Ensino Privado de Pernambuco) repudia insinuações do Sinepe (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco) de que os trabalhadores, arquidioceses, líderes de diversas religiões, parlamentares, dezenas de movimentos sociais e sindicais estão “tentando agregar” mais um feriado ao promover a Greve Geral do dia 28 de abril.
Tal ironia dos empresários da educação, donos de estabelecimentos de ensino, é um verdadeiro desrespeito à diversidade de opiniões da qual eles se dizem adeptos. Primeiramente, não foram os trabalhadores em educação quem inventaram os feriados. Eles existem, são previsíveis e deveriam estar dentro do planejamento das escolas de modo a não causar nenhum prejuízo para os estudantes. Segundo, a Greve Geral de 28 de abril será uma legítima forma de reivindicação da classe trabalhadora frente aos mais nocivos ataques perpetrados contra seus direitos nos últimos 50 anos.
Nós, trabalhadores em educação, até respeitamos o direito que têm os empresários da educação de desejar a terceirização irrestrita e a precarização do trabalho, mas não vamos permitir que isso aconteça. Temos certeza de que a grande maioria dos trabalhadores brasileiros está ciente de que somente com grandes mobilizações populares poderão barrar esse conjunto de retrocessos. 
Pernambuco Conectado