BBB 17’ e o quarteto nada fantástico

Antônio, Vivian, Mayara e Manoel no Quarto do Líder (Foto: Reprodução)
Desde terça-feira (24), quando os 13 integrantes do ‘BBB 17’ se juntaram às gêmeas Emilly e Mayla e aos gêmeos Antônio e Manoel, certos comportamentos definiram-se rapidamente e apontaram o rumo que a convivência na casa irá tomar. E, como já sabíamos, aquele microcosmo revelou um pouquinho da nossa sociedade – inclusive no que há de pior nela.
Veja o caso da turma que agora ocupa o Quarto do Líder.  Vivian e Manoel, Mayara e Antônio formaram casais-relâmpagos numa suposta estratégia para fortalecer o grupo. Poderia ser um acontecimento com doses “calientes” de erotismo e paixão. Ok, tem um pouco disso, mas de fato o que ocorreu foi a revelação de uma “elite” da casa, um grupo que se acha superior. Seu alvo predileto tem nome: Gabriela Flor.
Reconheçamos que Gabi entrou na casa com o pé esquerdo – cara de poucos amigos, olhar blasé e respostas atravessadas de sua parte ajudaram a isola-la. Entretanto, foi preciso menos de uma hora de convivência para que Vivian e Mayara e Antônio e Manoel revelassem sua antipatia para com a moça. Até seria compreensível se a coisa tivesse se resumido a uma crítica ao comportamento da dançarina baiana. Mas o que temos assistido é um show de intolerância, preconceito, hipocrisia e boa dose de bullying.
O porta-voz dessa coleção de fealdades da turma bonita é Antônio. Ele puxa o coro dos comentários sobre o cabelo afro de Flor, sobre o jeito que a moça dança (ela é bailarina, pô!) e até chegou a chamá-la de macumbeira por ser baiana. Daí juntou-se à Vivian em uma reprimenda por Flor ter brincado com Pedro, chamando-o de Jesus. Depois disso Antônio foi pagar uma de moralista pedindo e exigindo desculpas de Flor.
Poderia se dizer que faz parte do jogo para desestabilizar os concorrentes. Mas ninguém aqui é ingênuo. Sabemos que é muito mais do que isso: é o reflexo de uma cultura de superioridade, de definir o que é certo e errado, o que é bonito e feio, quem é bacana e quem não é. Tudo isso revestido com altas doses de preconceito. Eu não me surpreenderia se, nos próximos dias, surgirem comentários do quarteto sobre os vestidos de Pedro.
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E se ancorando nessa formação de casaizinhos, a Camarilha dos Quatro está crente que abafa aqui fora. Agem como se o jogo estivesse ganho e eles decidissem quem vai sair e quem vai ficar. Bem, ocorre que domingo um dos gêmeos deixará a casa, o que desestabilizará a dinâmica do grupo. E liderança muda de mãos, como todos que acompanham o BBB estão cansados de saber. É um jogo? Sim. Mas também é a cara do Brasil.

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