Em apoio a grevistas, manifestantes cantam músicas de carnaval no CAB


Orações e gritos de ordem também estiveram entre demonstrações.
Greve da PM na Bahia chega ao nono dia.

Do G1 BA
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Em apoio a grevistas, manifestantes cantam músicas de carnaval no CAB (Foto: Egi Santana/ G1)Manifestantes observam chegada de helicóptero (Foto: Egi Santana/ G1)
Músicas, orações e gritos de ordem têm feito parte das demonstrações de apoio do grupo de pessoas que se reúne em frente à Assembleia Legislativa da Bahia à greve dos policiais militares, em Salvador.   
Na manhã desta quarta-feira (8), cerca de 100 manifestantes voltaram a cantar músicas que fazem referência ao carnaval, evento previsto para ser realizado na próxima semana na capital baiana. A música da vez foi "Chame gente", de Moraes Moreira. Ao avistar os helicópteros que sobrevoaram a região, e que chegaram a pousar, o grupo começou a bater palmas para as aeronaves. A ação foi rápida e as aeronaves logo decolaram novamente, ainda aplaudidas pelos manifestantes. "Eles querem nos abalar psicologicamente, mas isso não funciona", disse um dos manifestantes.
Na tarde de terça-feira (7) o mesmo grupo cantava "Ô, ô, ô, o carnaval parou". O governador do estado da Bahia, Jaques Wagner, disse na terça-feira que garante a continuidade do carnaval, que já está com o planejamento pronto, e que a partir da próxima semana, dia 14, 20 mil policiais serão mobilizados para o evento. Na manhã desta quarta, entidades relacionadas ao evento voltaram a reafirmar sua realização.
Também pela manhã, os manifestantes fizeram uma oração em memória do policial militar morto na noite de terça-feira, no bairro de São Marcos, em Salvador (assista no vídeo ao lado).
Reunião
Após quase sete horas de tentativa de negociação entre sindicatos de PMs em greve e representantes do governo da Bahia, terminou sem avanços a reunião realizada na tarde desta terça-feira, em Salvador. A informação foi confirmada pelo presidente da OAB da Bahia, Saul Quadros, e pela Secretaria de Comunicação do Estado (Secom).
"As negociações foram interrompidas depois de 24h [desde o início na segunda-feira], não chegamos a evoluir. A mesma proposta apresentada agora foi a do início da manhã. Lamentavelmente não chegamos a uma negociação", disse Quadros.
Segundo a Secom, durante o encontro os representantes dos PMs fizeram contrapropostas ao governo, e elas serão levadas ainda nesta terça-feira (7) para análise do governador Jaques Wagner.
Segundo o representante da OAB, o principal ponto de discórdia na negociação é a parte exclusivamente financeira, e disse que há avanços em relação aos outros pontos de revindicações. "Houve flexibilidade no que diz respeito à anistia para aqueles que participaram do movimento, não aqueles que agrediram a sociedade civil, que queimaram ônibus, aí o governo do estado não abre mão e também por parte da polícia militar também eles concordam com isso." As pessoas que participaram do evento, mas que não praticaram nenhum ato de vandalismo, não seriam punidas, "não haveria nem inquérito instaurado contra eles", disse.
Segundo ele, ficou acertado que as pessoas que forem detidas porque tiveram prisão decretada não iriam para presídios de segurança máxima e ficariam na Bahia, em presídios militares, até que a Justiça decidisse a respeito disso.

O encontro aconteceu na Residência Episcopal do arcebispo de Salvador e primaz do Brasil Dom Murilo Krieger, que participou efetivamente da tentativa de negociação. Desde a segunda-feira (6), Dom Murilo Krieger, atua na intermediação entre os interesses do governo e de entidades sindicalistas dos policiais militares grevistas.

A reunião foi formada pelo presidente da OAB da Bahia, Saul Quadros; o secretário da Casa Civil, Rui Costa; o secretário da Administração do Estado, Manoel Vitório; o comandante geral da PM, Cel. Alfredo Castro, Rui Moraes da Procuradoria Geral do Estado e os representantes das associações dos policiais: APPM, Associação da Força Invicta, Associações de Jequié e Itaberaba.
De acordo com a Arquidiocese, as entidades apresentam os pontos deliberados na primeira reunião a membros das bases e o objetivo agora é que esses representantes retornem com as impressões e avaliações dos sindicalistas. A Arquidiocese reitera que Dom Murilo se colocou à disposição tanto para o governo quanto para os sindicalistas.
Em relação à proposta que tem sido discutida nos encontros, o governo afirma que, na reunião de segunda, apresentou o cronograma para pagamento escalonado da Gratificação de Atividade Policial (GAP) IV e V.
arte greve pm-ba vale (Foto: Editoria de arte/G1)

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