Defesa de médico que espancou esposa acusa vítima de extorsão e agressão contra o filho
A defesa do médico João Paulo Casado, flagrado em uma sequência de vídeos agredindo a esposa, acusou a vítima de extorsão ao justificar as agressões contra ela.
Em um dos vídeos, gravado em abril do ano passado, é possível ver quando o médico está em um elevador com a vítima e uma criança. Nas imagens, é possível ver quando o suspeito puxa o cabelo da mulher e a empurra várias vezes, na frente da criança. Já em outras imagens, de setembro de 2022, a vítima é agredida com socos dentro de um carro.
O advogado do médico, Aécio Farias, enviou uma nota ao Notícia Paraíba, onde as agressões ocorridas são justificadas pelo fato de que a mulher estaria extorcendo o homem em relação a manutenção do pagamento da mensalidade do curso de medicina que a mesma fazia
A defesa alega ainda que a mulher cometia agressões contra o filho do médico, na época que dois estavam juntos.
Após a divulgação das imagens nas redes sociais, a secretária interina de Saúde de João Pessoa, Janine Lucena, publicou nas redes sociais uma nota em que pediu o afastamento imediato do cargo do diretor técnico do Trauminha.
Além de diretor administrativo do Trauminha, João Paulo também é Cabo Bombeiro Militar da Paraíba e médico atuante no Grupo de Resgate Aeromédico do Corpo de Bombeiros e no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa. Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba informou que “repudia as agressões e se solidariza com a vítima, afastando, portanto, o servidor de sua função pública”.
O secretário de Saúde da Paraíba, Jhony Bezerra, divulgou, no domingo, que afastou o servidor de ambas as funções no Trauma e no Grame.
O Corpo de Bombeiros informou, nesta segunda-feira, que um procedimento apuratório para investigar a conduta do médico, que é militar do CB desde 2005, vai ser aberto.
O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) informou em nota que determinou a abertura de uma sindicância, considerando os artigos 23 e 25 do Capítulo IV do Código de Ética Médica. Os referidos artigos dizem respeito à "Tratar o ser humano sem civilidade ou consideração, desrespeitar sua dignidade ou discriminá-lo de qualquer forma ou sob qualquer pretexto", e "Deixar de denunciar prática de tortura ou de procedimentos degradantes, desumanos ou cruéis, praticá-las, bem como ser conivente com quem as realize ou fornecer meios, instrumentos, substâncias ou conhecimentos que as facilitem."
A nota diz ainda que o CRM-PB "repudia veementemente qualquer forma de agressão contra a mulher".
O caso segue sendo investigado.
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