Vendas das rodadas de negócios do Sebrae ultrapassaram a estimativa nos dois primeiros dias da Fenearte

 

A crise está passando longe da 21ª Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), que está acontecendo até o domingo (19) no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. Promovidas pelo Sebrae-PE, as vendas dos dois primeiros dias das rodadas de negócios superaram as expectativas, ultrapassando a previsão inicial de movimentar, durante toda a feira, R$ 2,8 milhões em negócios diretos e acordos futuros. Nestes encontros, os lojistas conversam com os artesãos que estão participando do evento. Até esta terça-feira (14), foram gerados negócios da ordem de R$ 3,238 milhões dentro desta iniciativa.

Os números divulgados pelo Sebrae-PE contabilizam o que foi comercializado e as vendas acordadas para o futuro, como explica a gestora de Economia Criativa do Sebrae-PE, Verônica Ribeiro, argumentando que na maioria das vezes é difícil para o artesão fornecer, de uma única vez, em grandes quantidades. “A procura foi grande. Até o final de semana, estavam inscritos, oficialmente, 26 lojistas. No entanto, chegaram mais e se interessaram em usar o depósito que disponibilizamos no evento”, diz  Verônica. Entre outras coisas, o Sebrae mantém um depósito de 100 metros quadrados durante a feira que serve de ponto de apoio para embalar as peças (dos lojistas) que serão levadas pelas transportadoras.

Segundo Verônica, alguns lojistas também anteciparam as compras antes da rodada de negócios. Pelo menos 12 deles compraram peças nos encontros com os artesãos que seguem até esta quinta-feira (16). Este ano, por causa da pandemia do coronavírus, as rodadas estão acontecendo em formato híbrido, o que inclui os encontros virtuais com lojistas que não estão presencialmente no evento. É a primeira vez que a rodada é realizada virtualmente.

Até a terça-feira (14), 20 artesãos participaram de 29 reuniões com cinco empresas compradoras, envolvendo compras estimadas em R$ 3,238 milhões. Até esta quarta-feira (15), estiveram inscritas 25 empresas compradoras dos estados de Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas, Bahia, Amazonas e Rio Grande do Sul. O Sebrae disponibiliza o seguinte número para mais informações aos empreendedores: 0800.570.0800, que também atende pelo WhatsApp.

“Ainda não consegui fechar vendas nas rodadas de negócios, mas sabemos que têm oportunidades que vão surgir depois das conversas”, conta a artesão Beth Cirne, que participou de um encontro com lojista numa rodada de negócios na tarde desta quarta-feira (15).

“O movimento está maravilhoso. Estamos vendendo bem depois de um ano que ficamos muito apertados, porque não teve a feira no ano passado”, afirma a artesão Gueda Marques. E complementa: “A Fenearte escoa a produção não só para o grande público, mas também para os lojistas, que compram constantemente”.

Bodega

A diversidade pernambucana faz parte da Fenearte. São peças de diversos municípios do Estado como as esculturas de Sirinhaém, as peças de barro de Tracunhaém, os bordados de Poção, as redes e mantas de Tacaratu, etc. Aproveitando este ambiente, o cantor e compositor Maciel Salú decidiu compor o seu estande como se fosse uma “bodega” que está vendendo de cachaça a camisas multicoloridas na Fenearte. Filho de Mestre Salustiano, que foi homenageado em 2018 pela Fenearte, ele é mestre de Maracatu Rural e brincante do Cavalo Marinho, outro folguedo popular em Pernambuco.

“As pessoas perguntavam: ‘onde eu compro uma camisa igual a esta que você se apresentou?’ E aí contratamos uma costureira e decidimos fazer várias camisas inspiradas no Maracatu Rural”, conta Salú. É o terceiro ano que ele expõe as camisas que estão sendo comercializadas por R$ 129 – as de manga curta -; R$ 149 as de manga compridas, e R$ 99 as da coleção anterior. “Tudo aqui é inspirado no maracatu rural, coco, ciranda, cavalo marinho”, afirma. Ainda no estande, as máscaras de couro estilizadas têm sua inspiração no Cavalo Marinho e custam entre R$ 140 e R$ 200.

Até a cachaça vendida lá é feita pelo cantor. A iguaria se chama azougue e é “baseada” numa bebida que o caboclo de lança toma antes de iniciar a brincadeira durante o Carnaval.

E um dos produtos mais baratos do estande é o CD livro com poemas chamado Liberdade, que vem com algumas palavras para o comprador preencher do modo que quiser e custa R$ 30. Os objetos expostos no estande fazem parte de uma lojinha que o cantor expõe quando vai fazer seus shows. Sobre a Fenearte, Salú diz que “é um espaço maravilhoso que junta muitos artistas, artesãos, troca de conhecimento, economia local, traz uma multidão de pessoas para participar. É onde o artista tem oportunidade. Vale muito a pena participar”.

Os ingressos da Fenearte custam a partir de R$ 5. A expectativa é de que o evento gere 2,5 mil postos de trabalho temporários e de que ocorram vendas de aproximadamente R$ 40 milhões. Os organizadores esperam atrair 200 mil visitantes. O funcionamento da feira é das 14h às 22h, da segunda à sexta-feira. E, nos finais de semana, o evento começa às 10h e vai até às 22h.

Pernambuco Notícias

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