Potências e Irã definem diminuição de capacidade nuclear iraniana
'Um passo decisivo foi alcançado', diz chefe da diplomacia europeia. Irã e seis países ocidentais estavam reunidos há dias na Suíça.
"Um passo decisivo foi alcançado", disse Mogherini em pronunciamento para a imprensa. O futuro acordo entre o Irã e as potências incluirá uma resolução no Conselho de Segurança da ONU, segundo disse.
Mogherini declarou ainda que o projeto de um novo reator será alterado de modo que nenhum plutônio para armas possa ser produzido.
Parâmetros
- diminuição de dois terços do número de centrífugas de enriquecimento em até 10 anos (De 19 mil para 6 mil centrífugas ativas).
- não construção de novas plantas nucleares por 15 anos.
- fim de enriquecimento na planta de Fordow em até 15 anos.
- acesso de inspetores às plantas nucleares por 25 anos.
"Não vamos aceitar qualquer acordo, vamos aceitar o melhor acordo. E as soluções que alcançamos hoje garantem que cheguemos ao melhor acordo", disse em pronunciamento na Suíça. Ele tambem afirmou que o acordo será implementado em fases e que as sanções contra o Irã, que serão suspensas quando ele for assinado, poderão voltar se os parâmetros não forem cumpridos.
O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, disse que o Irã continuará a enriquecer urânio na planta de Natanz, mas não na de Fordow. Zarif também aifrmou que chegar a um acordo com os países ocidentais não significa que o Irã vai normalizar suas relações com os Estados Unidos.
Zarif ainda afirmou que o acordo permitirá ao Irã participar do mercado internacional de combustível. "O Irã será a partir de agora um ator no mercado internacional de combustível (nuclear). Venderemos urânio enriquecido em troca de urânio natural e esperamos obter dinheiro", disse.
Segundo fontes diplomáticas ouvidas pela agência Reuters, as potências e o Irã também teriam concordado que a maior parte dos estoques de urânio enriquecido seria diluída ou levada de barco para fora do país, indica a Reuters. No entanto, esses detalhes não foram mencionados no anúncio feito por Mogherini e pelo ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif.
'É um bom acordo', diz Obama
Após o anúncio feito na Suíça, o presidente dos Estados Unidos Barack Obama fez pronunciamento na Casa Branca, em Washington, em que afirmou que, com o acordo, a maioria dos estoques de urânio do Irã serão neutralizados e que o programa nuclear do país será monitorado pelos próximos 10 anos. O acordo também significará que as inspeções nas instalações nucleares do Irã serão intensificadas.
"Hoje, os Estados Unidos, juntos com nossos aliados e parceiros, atingimos um entendimento histórico com o Irã, que se for completamente implementado, vai impedí-lo de obter uma arma nuclear", disse Obama.
"É um bom acordo", afirmou. "Ele fará o nosso país, nossos aliados e nosso mundo mais seguro". Segundo o presidente, o acordo reduz o atalho do Irã para desenvolver bombas de urânio enriquecido. "[O acordo] é de longe a nossa melhor opção", disse.
Obama também reforçou que, em resposta ao cumprimento do acordo, a comunidade internacional levantará progressivamente todas as sanções que foram impostas contra o Irã. Segundo o presidente, as sanções foram um fator importante para levar o Irã à mesa de negociação. No entanto, disse que o alcance de um acordo não acabará com a desconfiança dos Estados Unidos em relação ao Irã.
"Se o Irã trapacear, o mundo saberá", disse Obama, antes de ressaltar que o acordo alcançado após intensas negociações na Suíça não se baseava na confiança, mas em "verificações sem precedentes".
Veja a repercussão de outras autoridades:
"Isso é muito além do que muito de nós pensávamos ser possível há 18 meses e é uma boa base para o que acredito que poderia ser um acordo muito bom. Mas ainda há mais trabalho para ser feito” - Philip Hammond, secretário britânico de relações exteriores.
“Estamos mais próximos do que nunca de um acordo que torne impossível para o Irã possuir armas nucleares” - Angela Merkel, chanceler alemã.
"Uma solução integral, negociada, à questão nuclear iraniana contribuirá para a paz e a estabilidade na região e permitirá que todos os países cooperem para tratar com urgência os sérios desafios de segurança que muitos enfrentam" – Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU.
"É um passo positivo, mas ao mesmo tempo ainda há questões e detalhes que devem ser resolvidos" - Laurent Fabius, ministro francês de relações exteriores.
"Qualquer acordo deve reduzir significadamente as capacidades nucleares do Irã e deter seu terrorismo e sua agressão" - Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense.
"Não há dúvida de que o acordo nuclear iraniano terá um impacto positivo sobre a situação geral de segurança no Oriente Médio, incluindo o fato de que o Irã será capaz de participar mais ativamente na resolução de um número de problemas e conflitos na região" - ministério russo das Relações Exteriores.
G1

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