Com pesquisas e números concretos nas mãos, PSB prepara duro ataque ao PT de Dilma

A corrida começou e as apostas estão abertas. Para identificar os rumos a seguir na disputa à sucessão da presidente Dilma Rousseff (PT), O PSB já tem em suas mãos uma pesquisa encomendada a MCI, do sociólogo Antônio Lavareda. O estudo aponta que o sentimento de que “é preciso mudar” é mais forte no Sul e Sudeste do País do que em regiões mais pobres, como o Nordeste. Em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, 47% acham que é necessário tirar do PT o comando do País. De olho neste indicador, o PSB vai realizar uma nova pesquisa imediatamente após a veiculação do seu programa partidário, que deve ir ao ar na próxima quinta-feira. O estudo vai servir de termômetro para saber a quantas anda o sentimento do eleitor em torno do discurso de que “dá pra fazer mais” feito pelo governador de Pernambuco e potencial candidato à Presidência da República em 2014.

De acordo com o Blog do Magno, os planos de reeleição de Dilma podem ser ameaçados em função de boa parte da população nordestina – onde ela conseguiu mais de 10 milhões de votos sobre o tucano José Serra (PSDB) – não identificar em nenhum dos projetos que estão implantados ou em implantação na Região a marca da gestora. Esta identificação está concentrada nas mãos do ex-presidente Lula.

A pesquisa aponta que a presidente possui um potencial de votos da ordem de 56% e é conhecida por 95% da população. Já Eduardo Campos, que também tem no Nordeste a sua maior densidade, registra um potencial de 34% mas é conhecido por apenas 18% dos eleitores brasileiros. A sua penetração na Região Sul é de apenas 9%.  E é aí que a situação aperta.

Considerando que o Nordeste sempre pendeu para o lado do PT nas últimas eleições – algo compreensível uma vez que os programas sociais implantados na gestão de Lula e intensificados por Dilma repercutiram diretamente na melhoria da qualidade de vida de milhões de nordestinos -, é natural que o PT queira brecar as pretensões do PSB, que também na Região o seu ponto nevrálgico. Pela leitura apontada, como o PT sempre teve uma média histórica de 10% no segundo turno. Mas caso a disputa descambe para esta fase do pleito eleitoral e este índice caia para 6%, a situação ficaria complicada para o PT. E é este o ponto a ser atacado pelo PSB.

Nesta linha, o PSB já teria encomendado uma nova pesquisa, que deverá ser realizada pouco depois da veiculação do guia partidário em nível nacional, que vai ao ar na próxima quinta-feira. O objetivo é identificar qual o nível de aceitação do discurso de Eduardo Campos e, a partir daí, promover os ajustes que forem necessários para ampliar a penetração do socialista fora do Nordeste.

De acordo com a Folha de Pernambuco, o PSB ainda está definindo qual empresa será responsável pela realização do estudo, que deverá ser realizada na primeira semana de maio. Um primeiro levantamento já teria sido feito tendo como base as inserções partidárias de 30 segundos que foram veiculadas do último dia 11 até esta quinta-feira. Os resultados teriam sido considerados positivos, “deixando o governador animado”, segundo declarações feitas em reserva ao jornal por uma fonte ligada ao Palácio do Campo das Princesas.

O mote da propaganda partidária a ser utilizado na próxima semana deverá ser o mesmo das inserções, com base no discurso de que é possível avançar mais, além de focar os aspectos positivos da gestão socialista à frente do Governo de Pernambuco, de maneira a ressaltar e tornar mais conhecida a imagem do governador em nível nacional, que deverá apresentar-se como uma novidade capaz de fazer a diferença na polarização tradicional entre PT e PSDB.

A expectativa fica por conta de como serão feitas as propostas para melhorar a vida da população sem provocar a ira do PT, onde parte da legenda ainda tenta manter Eduardo e o PSB na base governista enquanto outra já o vê como um adversário no pleito do próximo ano. Se as críticas seguirem o mesmo tom adotado pelo governador em suas últimas declarações – com destaque para a condução da política econômica – existe o risco de que a retaliação seja quase que imediata, o que pode prejudicar sobremaneira os planos de Eduardo em somente definir se será ou não candidato no final deste exercício.


Da redação com PE 247

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