Eduardo Campos retribui afagos de José Serra e segue flerte com a oposição


O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), ainda integrante da base governista de Dilma Rousseff (PT), fez diversos elogios ao ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), que polarizou duas eleições presidenciais, quando foi derrotado por Lula (PT) e por Dilma. Serra, que teve um encontro com Eduardo na última sexta-feira (15), declarou á imprensa nesta quinta-feira (21) que uma candidatura de Eduardo à Presidência da República seria "boa para o Brasil".

Serra, co-partidário do presidenciável Aécio Neves (PSDB), é da ala paulista dos tucanos, que rivaliza com a ala mineira, de Aécio. No pleito nacional de 2010, Aécio - então candidato a senador - não pediu votos para Serra em terras mineiras. José Serra ensaia revidar no pleito de 2014. Por isso o flerte com Eduardo Campos.

O governador, por sua vez, no lançamento do livro Nova Fase da Lua - Escultores Populares de Pernambuco, retribuiu elogios ao tucano. "Serra militou desde os 15 anos, presidiu a UNE num momento importante para o País. É sempre bom ouvir pessoas com essa experiência", afirmou. "Serra é um quadro importante na vida política brasileira. Foi governador do maior Estado e prefeito da maior cidade do País", completa o socialista.

Eduardo afirma que é a favor de um "debate plural sobre o futuro do Brasil", ponderando que "o debate eleitoral deve ser deixado para o tempo certo". "O debate é bem vindo e importante, sobretudo quando se tem o objetivo de ajudar o País. É perfeitamente natural que pessoas discutam o futuro do Brasil. Lutamos para conseguir democracia para isso e por isso", reafirmou o governador.

Bem próximos

Eduardo Campos também fez questão de tentar afastar qualquer crítica que vá na direção de taxá-lo de traidor - já que, na base de Dilma, tem flertado com nomes da oposição. O socialista chamou atenção para as contradições na base aliada petista.

"Claro que esse campo em que Serra sempre militou está mais próximo do nosso campo que muita gente que está conosco [no governo federal], e que sempre esteve na base de sustentação do presidente Lula. Todo mundo sabe disso."

"Já tivemos militância ao lado de grandes personagens que hoje estão no bloco da oposição, antes do Golpe de 64, depois da redemocratização, depois quando o PT chegou ao 2º turno em São Paulo com apoio de Mário Covas..."

"Sempre tive boa relação com ele. Em 2010, quando ele veio aqui como pré-candidato, o recebi, mesmo ele sabendo da minha pré-disposição política para apoiar Dilma. E dialogamos", completou Eduardo Campos. Um dos pontos comuns com Serra destacados pelo governador é quanto a política econômica do País.

"O importante é a gente manter essa capacidade de dialogar. E isso não significa aderir à posição das pessoas. Sua posição pode melhorar à medida que aceita ponderações dos outros", avaliou, mantendo o discurso de abrir um "debate plural" sobre o futuro do País.
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DILMA - Sobre a vinda de Dilma na próxima segunda-feira (25) ao Estado, Eduardo Campos afastou a possibilidade "rachar o palanque" nos discursos políticos ao lado da petista, em Serra Talhada. "Não há isso. Temos o maior respeito pela presidente Dilma. Desejo que nossas equipes sigam trabalhando juntas", disse.
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