João Pessoa e Sta Rita lideram ranking nacional da violência contra jovens




Violencia2Parece ser a sina da Paraíba virar notícia ruim para a mídia nacional. Num dia, é a gastança da Granja Santana, que virou escárnio nacional, no outro, os índices assombrosos de violência no Estado. Agora, por exemplo, estudo divulgado pelo Ministério da Justiça e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública revela que João Pessoa é a 5ª capital mais violenta para os jovens.
Mais que isto: Santa Rita é a 5ª mais violenta entre as cidades avaliadas. O estudo foi realizado em 283 cidades com mais de 100 mil habitantes e usou dados consolidados pelo IBGE. O levantamento aborda questões como homicídios e mortalidade no trânsito; pobreza, desigualdade socioeconômica; frequência nas escolas; e o acesso ao mercado de trabalho.
violencia ranking jovensOs números corroboram outros recentes estudos divulgados pelos ministérios da Justiça e da Saúde, além de organismos internacionais, que apontam a região metropolitana de João Pessoa como a nona mais violenta do mundo. Mas, vão na contramão de índices anunciados pelo Governo do Estado, afirmando que a violência diminuiu na Paraíba.
Confira reportagem completa publicada no G1: “Entre as capitais brasileiras, São Paulo e Maceió estão em posições opostas no ranking nacional do Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência nos municípios, divulgado nesta terça-feira (19) pelo Ministério da Justiça e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. São Paulo tem o melhor resultado, com jovens menos expostos a riscos, enquanto a capital alagoana aparece no outro extremo da lista — repetindo as posições da edição anterior, divulgada em 2009. Já o Rio de Janeiro, que era a 5ª capital com jovens mais vulneráveis, no novo levantamento é a 4ª capital menos vulnerável do país.
O estudo foi realizado em 283 cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes e usou dados consolidados pelo Censo Demográfico/2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento retrata questões que influenciam a vida de jovens de 12 a 29 anos de idade, como homicídios e mortalidade no trânsito; pobreza, desigualdade socioeconômica; frequência dos jovens nas escolas; e o acesso ao mercado de trabalho.
O IVJ tem escala que varia de 0 (melhor resultado possível) a 1 (pior resultado possível) e classifica em primeiro lugar as cidades mais vulneráveis à violência, em um “ranking inverso”, em que a pontuação mais elevada representa maior vulnerabilidade, proporcionalmente. A fórmula foi criada pela Fundação Seade, de São Paulo, e incorpora dados sobre homicídios e acidentes de trânsito na metodologia do Índice de Homicídios de Adolescentes, desenvolvida pelo Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
As cidades com índice de até 0,300 são consideradas de vulnerabilidade baixa; mais de 0,300 a 0,370, vulnerabilidade média-baixa; mais de 0,370 a 0,450, vulnerabilidade média; mais de 0,450 a 0,500, vulnerabilidade alta; e mais de 0,500, vulnerabilidade muito alta.
Rio é destaque
O Rio de Janeiro foi a capital que teve a melhor evolução pelo IVJ, saindo de 0,471 em 2007 (ano da coleta de dados do estudo divulgado em 2009) para 0,248 (2010). Segundo o levantamento, a melhoria de indicadores como taxas de homicídio, pobreza e desigualdade socioeconômica conduziram a cidade a tornar-se a quarta capital menos vulnerável do país, com um avanço de mais cem posições na lista geral de municípios — não é possível fazer uma comparação exata no número total, já que na edição anterior foram 266 as cidades pesquisadas.
Na 221ª posição, São Paulo aparece com índice de 0,230 de IVJ. Já o estado de São Paulo conta com sete das dez cidades mais bem posicionadas no ranking: Araraquara (275°), São Carlos (277°), Limeira (278°), Americana (279°), Birigui (280°), Valinhos (281°) e São Caetano do Sul (282°).
Segundo Renato Sérgio de Lima, conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e supervisor técnico do indicador, “o IVJ não tem objetivo de isolar o impacto de programas como o Pronasci e avaliá-los especificamente”. “O que há é uma evidência de que a focalização adotada pelo Ministério da Justiça funcionou e que, para garantir avanços futuros, mecanismos de monitoramento e avaliação da política de segurança pública precisam ser estruturados.”
Lima afirma que o fato de a cidade do Rio de Janeiro ter melhorado no ranking dá indicativos de que as medidas na área de segurança pública adotadas no estado e na capital funcionaram. “As Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) dão indícios de sucesso na garantia de segurança ao cidadão. Não avaliamos os resultados das UPPs, não é esse o nosso papel, mas foi o investimento público no estado e na capital de estado que mais se destacou na região nos últimos anos.”
Município mais seguro
A cidade brasileira com menor vulnerabilidade à violência juvenil é Pouso Alegre (MG), com 0,153 de IVJ. Apenas três municípios têm condição de vulnerabilidade considerada alta: Eunápolis (BA), com 0,480; Marabá (PA), com 0,465; e Arapiraca (AL), com 0,453. Elas ocupam, respectivamente, a 1ª, 2ª e 3ª posições no ranking do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Entre os 11 municípios mais vulneráveis que Maceió, seis são baianos: Simões Filho (11°), Teixeira de Freitas (9°), Lauro de Freitas (8°), Paulo Afonso (7°), Porto Seguro (4°) e o município mais vulnerável à violência no país, Eunápolis. Completam os dez primeiros lugares do ranking Marabá (PA), em 2°; Arapiraca (AL), 3°; Santa Rita (PB), em 5°; Alvorada (RS), em 6°; e Luziânia (GO), em 10º.
Outras seis capitais, no entanto, tiveram piora no ranking: Palmas, 102ª cidade mais vulnerável; Rio Branco (97ª); Cuiabá (75ª); Macapá (56ª); Porto Alegre (53ª) e Maceió (12ª). Esta última registrou IVJ de 0,419.
Ainda de acordo com Lima, o raciocínio mais adequado sobre os dados do levantamento é o de que “onde se controla a violência, os indicadores sociais melhoram e a vida das pessoas segue o mesmo caminho”. “Segurança é fator de desenvolvimento”, diz.” Mais em http://glo.bo/Zot4Dt

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