Paraibano disputa liderança do PMDB na Câmara dos Deputados

Da Redação com Valor Econômico
O jornal Valor Econômico publicou matéria hoje revelando os seis nomes que disputam a liderança do PMDB e entre eles está o paraibano, Manoel Júnior, leia:
Apesar do apoio do Palácio do Planalto à eleição do líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), a presidente da Câmara dos Deputados, a pré-campanha dos interessados em sucedê-lo na liderança aponta para dias mais conturbados na relação da bancada e do partido com o governo e com o PT, o principal aliado.
Todos os seis deputados que já se colocam como interessados na vaga, em maior ou menor grau, compartilham de uma avaliação negativa sobre a forma como o governo trata os deputados. Prometem empunhar na campanha, além da previsível bandeira da "autonomia e da independência" da bancada, a necessidade de tensionamento com o governo quando necessário. São eles: Danilo Forte (CE), Eduardo Cunha (RJ), Manoel Júnior (PB), Marcelo Castro (PI), Rose de Freitas (ES) e Sandro Mabel (GO).
Na bolsa de apostas, Mabel aparece como um dos favoritos e é o mais ativo nesta fase da campanha. Tem até um coordenador informal: Aníbal Gomes (CE). É deputado desde 1995, foi candidato a presidente da Câmara em 2011 contra Marco Maia (PT-RS) e tem bom trânsito dentro do PMDB - ao qual foi filiado entre 1988 e 1999- e fora dele.
"É o governo que tem que repensar a relação deles com a base, e não a gente. É o próprio PT também. A presidente colocou uma marca dela nesses primeiros dois anos com essa forma de ela se relacionar com a gente, mas depois das eleições deste ano vai começar outro período. Ela é candidata a reeleição e precisa pensar em uma base satisfeita. É visão política isso", disse.
Segundo ele, seu maior mérito é o fato de ser o único a já ter sido líder. Quando foi do PR, exerceu o cargo por três vezes, acumulando seis anos de experiência. "Vou pedir aos deputados que peçam referências desse período. Sempre fui líder porque sempre fui ao governo para tender o que os deputados querem. É isso que vai me credencia. Pra ser líder tem que ser o homem da bancada, não do governo". O que ele apresenta como triunfo, todavia, é visto como problema: não faz nem um ano que ele retornou ao PMDB.
Coautor de um manifesto em março com críticas ao governo e ao PT, Danilo Forte, outro interessado, avalia que a eleição de um pemedebista para a presidência da Casa aliada à sucessão na liderança será um bom momento para a sigla reavaliar a postura do PMDB frente ao governo Dilma. "Vamos ver se a postura atual deu resultados positivos ou negativos. Se é preciso um redesenho dessa postura, se o partido ficou maior ou menor", declarou, antecipando sua posição: "O PMDB perdeu espaços no governo e precisa lentamente recuperar pelo menos o que perdeu". Ele conclui: "É preciso um líder que não seja subserviente aos interesses da presidente".
Para outro postulante, Eduardo Cunha (RJ), o líder do PMDB não tem que se curvar ao Palácio do Planalto, mas à bancada. "Tem que representar a bancada. Se a vontade da bancada for tensionar com o governo, tem que tensionar". Ele levanta ainda outro tema que tem sido debatido por eles na campanha: o momento da escolha do líder. Cunha é o único a defender que isso ocorra apenas após a eleição da Mesa, em fevereiro. Na sua avaliação, se for antes, Henrique Alves parte enfraquecido para a disputa da presidência da Câmara.
Por outro lado, dizem os adversários, se for depois, Alves terá força o suficiente para eleger quem quiser para a liderança do PMDB. E o seu escolhido seria Cunha. Ele nega. "Não tem essa história. É a bancada que vai eleger o próximo líder, mas isso tem que ser depois da Mesa. Se for antes, não serei candidato".
A força de Cunha, contudo, reside não só nessa alta fidelidade a Henrique Alves. Ele é coordenador da bancada do Rio, a maior da legenda na Câmara, com nove deputados, mais de 10% do total. Mas seus seguidores chegam a mais de um terço da bancada. Costuma ainda, nas articulações, a aliar-se a Minas Gerais, detentora da segunda maior bancada do PMDB, com sete deputados. Entretanto, sua rejeição também é alta, devido ao estilo de trabalho apontado por opositores como agressivo nos bastidores, além de e fisiológico. Seria, assim, muito estigmatizado e sua vitória não ajudaria o partido a livrar-se dessa pecha.
Nesse sentido, correria por fora Manoel Júnior (PB), deputado de segundo mandato que integra o grupo "Afirmação Democrática", cujo principal adversário é Eduardo Cunha. Júnior aposta no voto dos deputados novos e do Nordeste. Tem um discurso ameno, que é visto também como sinal de fraqueza. Outro com discurso polido é Marcelo Castro (PI), também próximo a Alves, mas sobre quem há dúvidas se conseguiria liderar a bancada tendo-o como sua sombra. Trata-se de uma questão permanente nessa discussão. É melhor para o partido um líder fraco subserviente a Henrique Alves, no caso deste se eleger presidente, ou um líder forte que possa terceirizar as insatisfações que Alves, como terceiro na linha sucessória presidencial, não poderá fazer com o mesmo afinco de hoje?

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