RICARDO, FAÇA CONCURSO PÚBLICO!!!


Nilvan Ferreira
Se o fato envolvesse uma outra figura pública no nosso estado eu até entenderia, pois sei que, grande parte da nossa classe política morre de medo desse negócio chamado concurso público. É que muitos políticos acham mesmo bom é colocar os prestadores de serviço. Eles gostam dos contratados porque não precisa do concurso público e os coitados dos indicados ficam devendo o favor a quem lhe dá o emprego "pro" resto da vida.
Agora, ouvir e ver o governador Ricardo Coutinho falando "poucas e boas" contra a decisão do TRT, que proibiu a contratação da Cruz Vermelha, não tem preço. Seria trágico, se não fosse cômico. Às vezes chego a pensar que estou assistindo as posições de outra pessoa e que este não é Ricardo Coutinho que nós aprendemos a conhecer num passado não muito distante.
Meu amigo, não tem explicação as posições do atual governador e o seu passado. Ele, Ricardo, atacou todos os políticos do estado, exatamente quando o assunto era esse negócio de concurso público, terceirização ou privatização. Se alguém falasse nessas coisas, rapidinho aparecia Ricardo com um carro de som e o "pau cantava" sem dó, nem piedade.
Ao contrário do que pregava até bem pouco tempo, Ricardo, hoje governador, faz tudo ao contrário do que sempre profetizou e defendeu. Não entendo como se processou uma mudança tão profunda na mentalidade e no jeito de ser de uma pessoa. Ouvir certas posições de qualquer outro político não é nada de anormal, mas, Ricardo Coutinho defender com unhas e dentes, que é melhor "terceirizar" para não realizar concurso público, é sinal de que o mundo está mesmo perto do fim.
Eu até entendo que o homem, ao longo de sua experiência de vida, acumule ensinamentos, que podem mudar alguns dos seus conceitos. Até aí tudo bem. A dialética, tão discutida entre os filósofos, tem sua dinâmica e é capaz de provar que nada tem sentido estático. Acontece que a prática não pode andar dissociada da teoria.
Como pode alguém passar a vida defendendo algo e, logo em seguida muda, abandona o que sempre defendeu e passa a figurar como crítico daquilo que sempre adotou como experiência, capaz de contribuir na velha e conhecida luta entre quem governa e quem é governado? É esse o grande drama do momento. Ricardo sempre foi o grande defensor do respeito a legalidade. Hoje, tudo que é lei, tudo que é decisão originada na legalidade é tema de bombardeio, cheira a exagero, não merece respeito. Assim tem sido Ricardo no governo. Um desobediente da legalidade. Um exemplo de prevaricação. Um péssimo exemplo de governo "republicano".

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