A RESPOSTA DA CAGEPA


Rubens Nóbrega
Sobre o artigo de ontem, intitulado ‘Privatização da Cagepa’, a Diretoria daquela empresa estatal enviou ao colunista os esclarecimentos que reproduzo a seguir. Depois eu volto para complementar.
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Senhor Jornalista, antes de tudo, gostaria de ressaltar que nem a Diretoria nem a Assessoria de Comunicação da Cagepa receberam qualquer tipo de questionamento acerca do uma suposta privatização da Companhia, como enfocou coluna publicada no Jornal da Paraíba na edição desta sexta-feira, dia 20.
Sendo assim, em nome da verdade e do bom jornalismo, gostaríamos de tecer alguns comentários acerca do tema abordado pela coluna. Em primeiro lugar, deixar claro que não existe nenhuma possibilidade de, neste Governo, a Cagepa vir a ser privatizada. Essa garantia, inclusive, já foi dada em diversas oportunidades pelo próprio governador Ricardo Coutinho.
O que temos feito, na verdade, é um trabalhado consistente no sentindo de recuperar a Cagepa, que, infelizmente, foi completamente desmantelada pelo Governo ao qual o ilustre senador Vital do Rego Filho fazia parte.
Para se ter uma ideia do que encontramos ao assumirmos empresa em janeiro de 2011, só em João Pessoa existiam mais de 200 vazamentos d’água e 400 ordens de serviços pendentes. Além do mais, assumimos a Companhia com um déficit mensal de R$ 6 milhões e uma dívida de quase R$ 400 milhões. Em suma, nos deparamos com o caos absoluto.
Atendendo à determinação do governador, adotamos posturas firmes com o intuito de recuperar a empresa. Ao longo de 2011, demitimos vários ocupantes de cargos comissionados, adquirimos mais de 100 mil hidrômetros para reduzir as perdas e convocamos mais de 500 concursados para atuar na área operacional.
Desde o ano passado, buscamos negociar os débitos milionários que a Cagepa tem a receber, inclusive da Prefeitura de Campina Grande, que é administrada pelo irmão do ilustre senador Vitalzinho. Para se ter uma ideia, desde que assumimos a empresa, a PMCG nunca pagou um centavo sequer da água consumida mensalmente pelos prédios públicos municipais.
Além disso, graças ao esforço pessoal do governador Ricardo Coutinho, conseguimos destravar junto ao Governo Federal dezenas de obras que foram paralisadas pelo Governo ao qual o senador Vital fazia parte.
Só em João Pessoa, retomamos obras importantes, como a transposição Translitorêna e a implantação do sistema de esgotamento sanitário de diversos, bairros como o Altiplano Cabo Branco e o Jardim Cidade Universitária. Já em Campina Grande, reiniciamos os serviços da adutora de São José, outra obra paralisada na gestão passada.
Agora em 2012, estamos licitando e iniciando obras importantes em diversos municípios do Estado, que garantirão melhor qualidade de vida para os paraibanos. Para se ter ideia do volume de recursos, até 2014 estão projetados investimentos que juntos somam mais de meio bilhão de reais.
Ainda não podemos dizer hoje que a Cagepa está completamente recuperada. Porém, podemos afirmar e comprovar que a empresa atualmente está muito melhor do que quando assumimos no início de 2011.
Os frutos que plantamos no passado começarão ser colhidos agora em 2012. Ainda temos muito trabalho pela frente, no entanto temos a certeza de que, com apoio de todos os servidores, conseguiremos colocar a Cagepa no lugar de destaque que ela sempre ocupou.
Atenciosamente, A Diretoria.
Para situar o leitor
Na coluna de ontem, trouxe as apreensões do senador Vital Filho quanto ao futuro da Cagepa. Ele disse ter informações e elementos – citou vários – que o convencem da intenção do governo de privatizar aquela Companhia, a exemplo do que já vem fazendo em outros setores vitais sob responsabilidade do Estado, como a saúde.
No mesmo artigo, informei que havia encaminhado pedido de informações e esclarecimentos à Ouvidoria da Cagepa, único dispositivo que encontrei no portal da empresa para formular e encaminhar a demanda por uma versão do outro lado.
A mesma mensagem que postei na ferramenta da Cagepa na Internet cuidei de enviar por i-meio também ao governador Ricardo Coutinho (ricovc@terra.com.br) e ao seu secretário de Comunicação Social, Nonato Bandeira (nonatobandeira@yahoo.com.br).
Devo registrar, contudo, e por dever de justiça, que esta é a primeira resposta oficial que recebo de um ente de governo desde a coroação do Ricardus I.
Também por dever de justiça devo lembrar, como já escrevi aqui algumas vezes, que as obras citadas na resposta da Cagepa integram, em sua maioria, um conjunto projetado e iniciado pelo Cássio II e executado em sua maior parte pelo Maranhão III.
Ah, e nesses governos a Cagepa herdou, acumulou e passou adiante problemas e dívidas históricas, entre as quais um passivo trabalhista que poderia ter sido liquidado por R$ 3 milhões e o foi por R$ 10 milhões. Ano passado, Ano I do Ricardus I.

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