Cenário eleitoral começa a se definir em Pernambuco

 


Coluna do Diego Lagedo: Após vários meses de especulações, já é possível vislumbrar o cenário eleitoral da disputa pelo Governo de Pernambuco em 2022. Do que está se desenhando, pode-se inferir que a oposição terá duas candidaturas, o PSB lançará um deputado para governador e o núcleo bolsonarista não terá candidato.

No campo da oposição, dois blocos estão formados. O primeiro a surgir foi o de Miguel Coelho (DEM), que lançou seu nome em um grande ato de filiação no Recife e tem sua base eleitoral no Sertão, além de contar com o apoio de dezenas de prefeitos de todo o estado.

Já o segundo bloco, formado por Anderson Ferreira (PL) e Raquel Lyra (PSDB), ainda espera a depuração do processo político para definir qual dos dois será candidato, mas Anderson também já mostrou disposição para disputar uma vaga de senador. Enquanto Raquel comanda a maior cidade do Agreste, Anderson está à frente da segunda maior cidade de Pernambuco, que também é a segunda maior da Região Metropolitana do Recife.


Apesar de Miguel caminhar em um projeto mais à direita e Anderson e Raquel estarem posicionados em outro projeto mais ao centro, os dois grupos pretendem manter uma condição de cordialidade e aliança e se unir de fato no segundo turno.


No campo do PSB, já é praticamente certo que o nome a ser indicado é o do deputado Danilo Cabral, que começou a disputa interna como azarão mas foi favorecido pela conjuntura. Como a disputa pela sucessão coube ao próprio governador Paulo Câmara, o candidato natural do partido, Geraldo Júlio, foi preterido em favor de um quadro mais próximo do governador.


A princípio, a disputa interna do PSB estava sendo travada entre Geraldo e José Neto. Porém, este último tem um perfil muito mais técnico que político e, apesar de ser o preferido dos deputados de partidos aliados do PSB, sofreu resistência interna por não ter uma atividade partidária mais sólida.


Nesse contexto, surgiram os nomes de dois deputados socialistas que poderiam disputar o cargo, Tadeu Alencar, que é parente de Eduardo Campos e era o preferido da família Campos depois de Geraldo, e Danilo Cabral, que era mais próximo de Paulo Câmara. Ao que tudo indica, este último venceu o processo e seu nome deve ser anunciado na semana que vem.


O PT ensaiou lançar Humberto Costa para governador, mas deve recuar para ocupar uma vaga na chapa majoritária e, em troca, os socialistas devem apoiar Lula para presidente em 2022. A hipótese do PT ter candidato próprio só se concretizaria caso o PSB rompesse com Lula, tendo em vista que a outra possibilidade era de Humberto disputar o cargo de governador pela Frente Popular, mas os socialistas jamais aceitariam abrir mão da cabeça da chapa.


Já o campos bolsonarista deve deixar seus eleitores órfãos e desapontados. Há meses já está claro que Clarissa Tércio não pretendia disputar o Governo de Pernambuco, mas deixou os seus eleitores se iludirem lhe defendendo nas redes sociais. O objetivo da deputada com essa estratégia era apenas fortalecer o seu nome para ter uma maior votação para deputada estadual e eleger seu marido deputado federal.


Eleições: Em um giro pelo sertão de Pernambuco, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) passou por Custódia, Serra Talhada e Salgueiro, onde criticou a gestão do PSB no governo de Pernambuco e defendeu Miguel Coelho como a solução para mudar o estado. “Um Estado como Pernambuco não pode se acomodar. Esse Estado precisa acreditar num futuro melhor, e Miguel encarna o espírito de esperança que está dentro do coração e da alma do povo de Pernambuco”, disse o senador.


Diego Lagedo é historiador e especialista em Gestão Pública. A sua coluna aborda temas políticos e é publicada de segunda a sábado, sendo replicada em diversos blogs de Pernambuco.


Fotos: Câmara dos Deputados (Cabral); divulgação (Miguel, Raquel, Anderson).





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