Cultura: Um novo artista na cena do Estado

Mãos que talham, moldam e pintam. Veia artística, herdada da avó. Um dom que foi sendo lapidado ainda na adolescência. Falamos de Edilson Oliveira. Goianense, casado. Pai de dois filhos. Pintor, ceramista, aerógrafo e xilógrafo. Um artesão da nova geração. Em seu pequeno ateliê, por trás da Igreja de Nossa Senhora da Conceição em Goiana, na mata norte, Edilson permite dar vida à imaginação, originando as mais belas obras, que encantam admiradores e críticos da arte. A história dele com o ofício, começam ainda na infância. Seus primeiros traços no desenho já eram destaque na escola primária. Aos 16 anos, participou pela primeira vez de aulas de desenho. Através de um projeto social, ministrado pelo artista Jor Santana, Edilson despertou para o cunho da pintura. “Eu ganhei uma pintura do Jor Santana. Era uma tela pequena, mas que foi um divisor de águas na minha vida. Eu passava horas e horas estudando aquela pintura, os traços e as características dele. E depois comecei a estudar por conta própria, me considero autodidata.” – Expressa o artesão. Na adolescência, Edilson ousou ao montar seu primeiro ateliê. 

O trabalho com aerografia, uma técnica de pintura semelhante ao grafite, lhe renderam reconhecimento. Em 2002, começou a moldar o barro, a arte da cerâmica figurativa. “Eu conheci o mestre Luiz Gonzaga, fiz amizade com ele e ele me passou o manejo da técnica e como trabalhar com o barro. Na primeira aula que eu fui com ele, eu modelei uma cabeça, e ele se admirou comigo. Foi aí que eu despertei para trabalhar com esculturas”. – disse Edilson. Seguindo as técnicas do mestre em artesanato Luiz Gonzaga, Edilson, ainda naquele ano, concorreu com a peça de Dom Helder Câmara, para ingressar na maior feira de artesanato da América latina, a Fenearte. “Essa entrada na Fenearte não me causou vaidade, causou um feliz estranhamento, ôpa alguma coisa tem” – Revela com felicidade o artista. Uma nova paixão surge na vida do artesão. Trata-se de uma antiga técnica de entalhar na madeira. Datada antes de cristo, a xilografia é conhecida no Brasil como a arte do cordel. A partir aí, começa uma nova etapa na carreira de Edilson. “Eu fui levado à xilogravura, porque um amigo cordelista chamado Edivaldo de Lima estava precisando de artes para fazer as capas dos cordéis, e elas eram em xilogravura. Eu comecei no desenho mesmo, para depois ir começar a talhar a madeira”. – Confessa.