MENSALÃO: julgamento já tem quatro réus culpados


MENSALÃO: julgamento já tem quatro réus culpados
Julgamento do mensalão já tem quatro réus considerados culpados

Ex-diretor do BB, Marcos Valério e dois de seus sócios são acusados de vários crimes

A 15ª sessão de julgamento do processo do mensalão foi interrompida nesta segunda-feira (27) com o voto de seis dos onze ministros e a condenação parcial de quatro réus. O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, o publicitário Marcos Valério e seus sócios, Ramón Hollerbach e Cristiano Paz, já podem ser considerados culpados.

Com exceção da ministra Rosa Weber, que deixou para votar o crime de lavagem de dinheiro em outro momento, os ministros consideram que Pizzolato é culpado pelos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Em tese, os ministros ainda podem mudar seus votos, o que geralmente não acontece.

Os seis ministros que votaram até agora — Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli e Cármem Lúcia — também consideram Valério, Paz e Hollerbach culpados pelos crimes de peculato (quando o funcionário aproveita o acesso que tem a dinheiro ou valores públicos e tira proveito dessa situação para roubar ou desviar recursos) e corrupção ativa.

Na semana passada, o ponto da denúncia que trata do desvio de recursos do Banco do Brasil e do fundo Visanet foi convergente no voto do ministro relator, Joaquim Barbosa, e do revisor, Ricardo Lewandowski, que pediram a condenação dos quatro réus. Nesta segunda-feira, os ministros Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli e Cármen Lúcia acompanharam os ministros.

Candidato

O ponto da denúncia que trata da relação entre o ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha e a empresa SMP&B, de Marcos Valério, ainda está em aberto. Nesta segunda, o ministro Dias Toffoli acompanhou o voto do revisor e considerou que Cunha, Valério e seus sócios são inocentes.

Cunha é acusado de receber R$ 50 mil do valerioduto para favorecer a SMP&B em uma licitação na Câmara dos Deputados. O MPF (Ministério Público Federal) também denuncia o deputado por contratar irregularmente a empresa IFT do jornalista Luis Costa Pinto.

Em seu voto, Toffoli considerou que os R$ 50 mil recebidos por Cunha foram usados para o pagamento de pesquisas eleitorais de campanha em Osasco (SP).

Já a ministra Cármen Lúcia votou pela condenação dos réus, considerando todos os contratos irregulares. Ela discordou do argumento de Toffoli e afirmou que acredita ser irregular o recebimento de R$ 50 mil por Cunha dias antes de a SMP&B vencer uma licitação na Câmara dos Deputados.

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