Correio Brasiliense: Efraim usa comissionados como cabos eleitorais

Reportagem do Jornal Correio Brasiliense destaca que 52 servidores comissionados do Senado Federal, à disposição do gabinete do Senador Efraim Moraes (DEM-PB) estão trabalhando, na Paraíba, como cabos eleitorais, “pagos com recursos da casa”, diz a matéria.
“O recordista do Senado em número de funcionários lotados em seu gabinete tem à disposição, apenas no Estado, 52 servidores comissionados, cabos eleitorais pagos com recursos da Casa. Ao todo, no gabinete de Efraim, estão lotados 73 servidores”.
O jornal diz ainda que o escândalo dos funcionários fantasmas afastou os doadores da campanha de Efraim. A matéria afirma que, apesar de ser campeão no número de funcionários, Efraim não consegue chamar a atenção dos doadores.
O Correio Brasiliense diz também que se Efraim sair vitorioso do pleito deste ano, vai iniciar um novo mandato enrolado com a justiça, do jeito que encerrará este atual. “Se o senador do DEM conquistar a reeleição, vai iniciar o mandato com o Supremo Tribunal Federal (STF) no seu encalço, para averiguar as denúncias de uso irregular do dinheiro público na contratação de funcionárias fantasmas”, afirma a reportagem.
A reportagem é encerrada afirmando que os colegas de Efraim estão fazendo ‘vistas grossas’ para as denúncias. Porém, a Polícia Federal e outras instâncias governamentais continuam com as investigações. “Se Efraim é preservado por seus pares políticos, outras instâncias governamentais realizam pente-fino para levantar o volume de dinheiro público desviado com as contratações irregulares registradas pelo gabinete do senador do DEM”.
Veja a matéria, na íntegra:
Ele contrata muito, mas arrecada pouco
Candidato à reeleição e campeão em número de funcionários, senador Efraim Morais só recebeu R$ 10 mil de pessoas físicas para a campanha
O escândalo dos funcionários fantasmas no gabinete do senador Efraim Morais (DEM-PB) afastou os doadores da campanha do parlamentar. De acordo com a prestação de contas de Efraim ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), até agora sua campanha à reeleição só alcançou R$ 85 mil. Desse montante, R$ 75 mil vieram do bolso do próprio senador e os outros R$ 10 mil foram doados por pessoas físicas.
Apesar da falta de dinheiro, Efraim mantém a campanha na rua e roda a Paraíba atrás de votos. O recordista do Senado em número de funcionários lotados em seu gabinete tem à disposição, apenas no estado, 52 servidores comissionados, cabos eleitorais pagos com recursos da Casa. Ao todo, no gabinete de Efraim, estão lotados 73 servidores. O Correio ligou para o celular do senador e entrou em contato com a assessoria e, embora tenha deixado mensagens, não obteve resposta.
Na corrida pelas duas vagas para o Senado pela Paraíba, Efraim disputa o segundo lugar com Vital Filho (PMDB), enquanto Cássio Cunha Lima (PSDB) lidera as pesquisas de intenção de votos. Se o senador do DEM conquistar a reeleição, vai iniciar o mandato com o Supremo Tribunal Federal (STF) no seu encalço, para averiguar as denúncias de uso irregular do dinheiro público na contratação de funcionárias fantasmas.
A disputa eleitoral retardou as investigações contra o parlamentar. Até hoje o inquérito encontra-se na Procuradoria-Geral da República (PGR), que se pronunciará antes de devolver o processo ao relator, o ministro Celso de Mello.
No Senado esvaziado pela eleição, a comissão de sindicância que apurou o envolvimento de servidores no esquema de contratação irregular no gabinete de Efraim já venceu o prazo estipulado pela direção da Casa sem apresentar conclusão das investigações. A corregedoria do Senado, aparentemente, também decidiu “esquecer” o processo durante as eleições.
Mas se Efraim é preservado por seu pares políticos, outras instâncias governamentais realizam pente-fino para levantar o volume de dinheiro público desviado com as contratações irregulares registradas pelo gabinete do senador do DEM.
A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu a indisponibilidade dos bens de seis pessoas da família do motorista de Efraim, Antônio Sérgio Rocha Bicalho, para garantir que os supostos recrutadores de funcionários fantasmas tenham recursos para ressarcir os cofres públicos assim que as investigações em cursos apontarem a responsabilidade do senador e de servidores na contratação irregular de funcionários no Senado. A Polícia Federal também apura as fraudes bancárias que permitiram a movimentação da conta de servidores fantasmas por integrantes da família Bicalho.
Por Carlos Magno

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